A freira brasileira Inah Canabarro Lucas, reconhecida como a pessoa mais velha do mundo, faleceu nesta quarta-feira (30), em Porto Alegre, aos 116 anos e 326 dias. Natural de São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, Inah passou a ocupar o posto de decana da humanidade em janeiro deste ano, após a morte da japonesa Tomiko Itooka, que tinha 116 anos e 220 dias.
Com o falecimento da gaúcha, o título de pessoa mais velha do mundo passa agora para a britânica Ethel Caterham, de 115 anos e 252 dias, segundo a organização LongeviQuest, especializada no monitoramento da longevidade global. No Brasil, a nova decana é a mineira Izabel Rosa Pereira, de 114 anos, apesar de uma baiana de possíveis 118 anos estar atrás de ocupar o posto.
Nascida em 8 de junho de 1908, Inah ingressou na vida religiosa aos 16 anos, quando passou a estudar no internato Santa Teresa de Jesus, em Santana do Livramento (RS). Foi batizada aos 17, e em 1929, aos 21 anos, confirmou sua fé na Igreja Católica em Montevidéu, no Uruguai. Retornou ao Brasil no ano seguinte para lecionar português e matemática em uma escola na Tijuca, no Rio de Janeiro. Em 1934, aos 26 anos, fez os votos perpétuos e tornou-se freira.
A partir dos 110 anos, Inah passou a utilizar um andador devido a dificuldades de locomoção. Em 2018, celebrou seu 110º aniversário com uma bênção apostólica do Papa Francisco, que enviou um certificado exposto na comunidade onde vivia. Em 2021, aos 112 anos, foi vacinada contra a Covid-19 e, no ano seguinte, sobreviveu à doença após ser hospitalizada, uma das recuperações mais notáveis da pandemia. Inah sempre atribuiu sua longevidade a Deus.
Ethel Caterham | Foto: Hallmark Luxury Care Homes
Com a morte de Inah, o título de pessoa mais velha do mundo pertence agora à britânica Ethel Caterham, moradora de Surrey, na Inglaterra, que hoje tem 115 anos.
Nascida em 21 de agosto de 1909, em Shipton Bellinger, no condado de Hampshire, Ethel era a penúltima de oito irmãos. Aos 18 anos, começou a trabalhar como babá para uma família britânica na Índia, para onde se mudou sozinha. Durante quatro anos, atuou como cuidadora de crianças entre a Índia e o Reino Unido.
Em 1931, conheceu seu futuro marido, o Major Norman Caterham, com quem se casou dois anos depois. O casal viveu em Hong Kong e Gibraltar, onde Ethel chegou a abrir uma creche para crianças locais e britânicas, ensinando inglês, artesanato e brincadeiras. As filhas Gem e Anne nasceram após o retorno da família à Inglaterra.
Ethel ficou viúva em 1976 e herdou o carro do marido, um Triumph Dolomite, que dirigiu até os 97 anos. Mesmo após os 100, mantinha o hábito de jogar cartas regularmente.
Ela sobreviveu às duas filhas: Gem, falecida em 2005 aos 71 anos, e Anne, que morreu em 2020 aos 83, vítima de câncer. Depois da perda das filhas, Ethel passou a viver em uma casa de repouso, onde reside desde os 110 anos.
Em 2020, também contraiu e se recuperou da Covid-19, destacando-se como uma das sobreviventes mais longevas da doença. Hoje, com saúde estável, aprecia dias tranquilos no jardim ao sol e momentos de descanso ouvindo música clássica.
