O número de cardeais aptos a votar no conclave que escolherá o sucessor do papa Francisco caiu de 135 para 133. A redução ocorre após duas desistências por motivos de saúde, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (29) pelo Vaticano.
A Santa Sé não revelou oficialmente o nome do segundo cardeal que abriu mão da participação, mas a imprensa internacional aponta que se trata do bósnio Vinko Puljic, de 79 anos, cuja saúde fragilizada já havia gerado dúvidas. Na semana passada, Puljic chegou a confirmar sua presença após receber liberação médica.
O primeiro cardeal a anunciar a desistência foi o espanhol Antonio Cañizares, também de 79 anos, por motivos médicos.
Ver essa foto no Instagram
O conclave está previsto para começar no dia 7 de maio. Embora o direito canônico estabeleça o limite de 120 cardeais eleitores, o papa pode ultrapassar esse número, como fez Francisco em dezembro de 2024, ao nomear 21 novos cardeais. A medida já antecipava a aposentadoria de 14 cardeais que completarão 80 anos em 2025 — idade limite para participação na votação.
- Leia também: Cardeal condenado por peculato renuncia ao Conclave
Atualmente, o Colégio Cardinalício é composto por 252 cardeais, mas apenas 133 têm menos de 80 anos e, portanto, direito a voto. Destes, 108 (cerca de 81%) foram nomeados durante o pontificado de Francisco, o que pode influenciar a escolha de um sucessor alinhado ao perfil progressista do papa argentino.
Desde a morte de Francisco, os cardeais vêm participando das chamadas congregações gerais, encontros diários e fechados realizados na Sala Paulo VI, no Vaticano. Nestes encontros, discutem-se os desafios e prioridades da Igreja para os próximos anos, incluindo evangelização, promoção da paz e o enfrentamento aos casos de abuso sexual no clero.
Durante o conclave, os cardeais ficam isolados do mundo exterior, sem acesso a celulares, internet ou imprensa. Para ser eleito, o novo papa precisa receber ao menos dois terços dos votos. O anúncio é feito pela tradicional fumaça branca que sobe da chaminé da Capela Sistina, seguida pela proclamação “Habemus Papam”.
Embora qualquer homem batizado e celibatário possa, teoricamente, ser eleito papa, todos os pontífices desde 1378 foram escolhidos entre membros do Colégio Cardinalício.