O próximo Conclave, que terá início em 7 de maio, reunirá 133 cardeais eleitores de 71 países, responsáveis por escolher o 267º pontífice da história da Igreja Católica. A diversidade geográfica e a pluralidade de ordens religiosas entre os participantes refletem a abrangência mundial da Igreja – e a pluralidade de perfis dos eleitores, o que torna difícil prever com exatidão quem será o próximo pontífice.
Origem
Dos 133 cardeais com direito a voto, 53 são europeus, 37 são das Américas — sendo 16 da América do Norte, 4 da América Central e 17 da América do Sul —, 23 são asiáticos, 18 africanos e 4 da Oceania.
Oito brasileiros já estão no Vaticano para a eleição. [Saiba mais abaixo].
Pela primeira vez, 12 países estarão representados por cardeais nativos, entre eles Haiti, Cabo Verde, Papua Nova Guiné, Suécia, Luxemburgo e Sudão do Sul.
O Brasil, país com o maior número de católicos do mundo, terá oito representantes no processo, todos com menos de 80 anos, idade máxima para ter direito a voto.
Entre eles está Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, além de outros nomes apontados como possíveis candidatos ao trono de São Pedro.
- Dom Sérgio da Rocha – Arcebispo de Salvador (BA)
- Dom Odilo Scherer – Arcebispo de São Paulo (SP)
- Dom Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
- Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo de Brasília (DF)
- Dom Leonardo Ulrich Steiner – Arcebispo de Manaus (AM)
- Dom Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre (RS)
- Dom Raymundo Damasceno Assis – Cardeal emérito de Aparecida (SP)
- Dom João Braz de Aviz – Cardeal emérito de Brasília (DF)
Idade e ordens religiosas
O cardeal mais jovem a participar do Conclave é Mikola Bychok, da Austrália, com 45 anos. Já o mais velho é Carlos Osoro Sierra, da Espanha, prestes a completar 80 anos. O grupo mais numeroso é composto pelos nascidos em 1947, com 13 cardeais.
Entre os veteranos, cinco cardeais foram nomeados ainda por João Paulo II, como Philippe Barbarin (França) e Peter Turkson (Gana). Vinte e dois foram criados por Bento XVI, enquanto 108 receberam o barrete cardinalício das mãos do Papa Francisco, o que pode indicar uma tendência de continuidade no próximo pontificado.
Dos eleitores, 33 pertencem a 18 ordens religiosas distintas. O maior número vem da congregação dos Salesianos (Charles Maung Bo, Virgilio Do Carmo da Silva, Ángel Fernández Artime, Cristóbal López Romero, Daniel Sturla Berhouet), há 4 cardeais tanto da Ordem dos Frades Menores (Luis Cabrera Herrera, Pierbattista Pizzaballa, Jaime Spengler e Leonardo Steiner) quanto da Companhia de Jesus – os Jesuítas (Stephen Chow Sau-yan, Micheal Czerny, Jean-Claude Höllerich e Ángel Rossi), enquanto há 3 franciscanos conventuais (François-Xavier Bustillo, Mauro Gambetti e Dominique Mathieu).
Na Capela Sistina, dois redentoristas (Mykola Bychok e Joseph Tobin) e dois verbitas (Tarcisius Kikuchi e Ladislav Nemet) também votarão, assim como o agostiniano Robert Prevost, o capuchinho Fridolin Ambongo Besungu, o carmelita descalço Anders Arborelius e o cisterciense Orani João Tempesta, o claretiano Vicente Bokalic Iglic, Gérald Lacroix do Instituto Secular Pio X, o lazarista Berhaneyesus Demerew Souraphiel, o missionário da Consolata Giorgio Marengo, o missionário do Sagrado Coração de Jesus John Ribat, o scalabriniano Fabio Baggio e o espiritano Dieudonné Nzapalainga.
Estarão presentes ainda religiosos das famílias franciscana, agostiniana, carmelita, cisterciense, claretiana, lazarista, espiritana, entre outras.
De acordo com o Código de Direito Canônico, os cardeais formam um colégio responsável pela eleição do novo Papa e pela colaboração no governo da Igreja Universal. A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis determina que apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar.
O Colégio Cardinalício conta atualmente com 252 membros, sendo 133 eleitores e 119 não eleitores.
Durante o Conclave, os cardeais permanecerão isolados, sem acesso a celulares ou à imprensa, até que, por votação secreta, alcancem a escolha do novo líder da Igreja Católica.
O anúncio será feito ao mundo pela tradicional fumaça branca que sairá da Capela Sistina, acompanhada da declaração “Habemus Papam”, feito pelo Protodiácono.