Produtor do Oeste da Bahia lidera construção de maior fazenda de cacau do mundo

Produtor do Oeste da Bahia lidera construção de maior fazenda de cacau do mundo

Redação Alô Alô Bahia

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Acervo Schmidt Agrícola

Publicado em 27/04/2025 às 17:01 / Leia em 3 minutos

O produtor Moisés Schmidt, dono da Schmidt Agrícola, em Barreiras, no oeste da Bahia, está investindo em um projeto ousado: construir a maior fazenda de cacau do mundo. A família tem tradição no cultivo de soja e algodão na região e desde 21, planta e exporta bananas para outros países.

No ano seguinte, em 2019, a empresa começou a cultivar cacau, com plano de chegar a 10 mil hectares para a fruta. Atualmente, são 400 hectares, sendo 70% implantados. A ideia de cultivar cacau é uma maneira também de preservar o chocolate. “Há um risco real de que as próximas gerações não conheçam o chocolate como ele é hoje”, diz o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

O cultivo da fruta vive uma crise séria. “A falta global de cacau é tão severa que já se fala em uma nova geração de doces, feitos majoritariamente de açúcar, gordura de palma e trigo. A escassez é tamanha que algumas indústrias admitem que, se não agirem agora, terão de reformular completamente seus produtos.”

O projeto de expansão de lavouras de cacau tem como modelo o sistema de pleno sol com irrigação tecnificada, em vez do cacau de cabruca, ou floresta, porque o objetivo é escalar a produção. O custo não é pequeno.

Na área piloto, a empresa faz um investimento da ordem de R$ 200 mil por hectare, o que inclui o preparo de solo, a irrigação, as mudas e os tratos culturais nos primeiros três anos. A empresa teve que investir também R$ 25 milhões por causa da falta de mudas de qualidade no mercado. A solução foi montar o maior viveiro de cacau do mundo. Batizado de BioBrasil, a atual produção é de 3,5 milhões de mudas por ano, com meta de chegar a 10 milhões até 2027. “O cacau é uma cultura que sempre foi vista como de pequenos produtores, mas que tem um enorme potencial de escala, porque o mercado é deficitário no Brasil e a demanda internacional cresce em ritmo acelerado”, diz Schmidt.

No começo deste ano, ele esteve em Nigéria, Gana, Costa do Marfim e Senegal e voltou convencido de que a tecnologia, a irrigação e a escala produtiva brasileiras podem transformar o país em um dos maiores produtores mundiais de cacau. A previsão é retornar ao continente para prestar atenção a outros detalhes. “Temos tecnologia, temos gente capacitada e agora existe um desafio global que só pode ser enfrentado com eficiência. O Brasil domina as condições para assumir esse papel na cacauicultura mundial – e vamos cumprir o dever de casa”, diz.

As informações são da Forbes

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