Um dos marcos do Centro Histórico de Salvador, o Palácio da Sé passará por uma nova etapa de revitalização autorizada pelo Ministério da Cultura. O projeto prevê a restauração de 33 peças do acervo da Catedral Basílica de Salvador e do Centro Cultural Palácio da Sé, com autorização para captação de R$ 514.394,06 via Lei Rouanet. A aprovação foi publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (24).
As obras contemplarão esculturas, colunas, fragmentos, castiçais, uma credência barroca, uma escultura rara em papel machê e 11 personagens de presépios, datados dos séculos XVIII e XIX. As peças fazem parte de um conjunto artístico que compõe a memória religiosa e cultural do país, muitas delas oriundas da antiga Sé Primacial da Bahia, demolida nos anos 1930.
Com exclusividade ao Alô Alô Bahia, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância da ação e do equipamento.
“A preservação do patrimônio histórico brasileiro é um dos valores fundamentais da nossa gestão no Ministério da Cultura. A Catedral Basílica de Salvador é um local de extrema relevância histórica, cultural e religiosa para o país, guardando riquezas artísticas que refletem nossa identidade nacional e que terão parte de seus bens restaurados, por meio da Lei Rouanet. Iniciativas como essa mantêm viva nossa história, além de fomentar nossa economia criativa, já que o local também é um importante atrativo turístico da capital baiana”, disse.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938, o Palácio da Sé foi construído por volta de 1705 para ser a sede do arcebispado de Salvador. O prédio, que ficou fechado por duas décadas, foi reaberto em 2019 como centro cultural. Sua fachada é marcada por um portal de pedra de Lioz portuguesa, decorado com o brasão de Dom Sebastião Monteiro da Vide, arcebispo na época da construção.
Segundo o Iphan, a relevância do acervo do Palácio e da Catedral Basílica está diretamente ligada à memória da antiga Sé, cuja demolição gerou comoção nacional e contribuiu para a criação do próprio instituto de preservação.
O projeto aprovado tem prazo de captação de recursos até 31 de dezembro de 2025. A movimentação ocorre em meio às discussões sobre a possível transferência da sede da Prefeitura de Salvador para o Palácio da Sé. Embora o prefeito Bruno Reis tenha afirmado que a proposta está sendo avaliada pelo Iphan, ainda não há confirmação sobre a mudança.