Sem aviso prévio, os Estados Unidos anunciaram, nesta terça-feira (15), uma tarifa de até 245% sobre produtos chineses. A medida foi divulgada no site oficial da Casa Branca e marca um novo capítulo na escalada das tensões comerciais entre os dois países.
Segundo o governo americano, a decisão é parte de uma resposta às ações retaliatórias da China e visa proteger a segurança nacional e equilibrar a balança comercial.
O documento não esclarece como o valor da tarifa foi calculado. Questionado por jornalistas locais, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, disse que apenas o governo americano poderia explicar a origem do número.
Desde o início do mês, os EUA impuseram uma tarifa geral de 10% sobre importações de mais de 180 países e criaram taxas adicionais específicas para os que possuem maiores déficits comerciais com o país. As tarifas, em alguns casos, chegaram a 50%. A China, uma das mais afetadas, inicialmente recebeu uma tarifa de 34%, que somada a tributações anteriores totalizava 54%.
A resposta chinesa veio com uma elevação das taxas para 84%, levando o governo de Trump a impor novos aumentos. No auge da disputa, as tarifas americanas sobre produtos chineses chegaram a 125%, depois a 145%, até culminarem nos 245% anunciados nesta terça.
Apesar das medidas duras, os EUA afirmam estar abertos a negociações. Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Katherine Leavitt, “o presidente deixou claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer”.