LVMH perde posto de grupo de luxo mais valioso do mundo

LVMH perde posto de grupo de luxo mais valioso do mundo

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Reprodução/Bloomberg

Publicado em 15/04/2025 às 10:14 / Leia em 2 minutos

As ações da gigante francesa do luxo LVMH registraram forte queda nesta semana, após a divulgação de resultados abaixo das expectativas no primeiro trimestre de 2025. O grupo, dono de marcas como Louis Vuitton, Dior, Tiffany & Co. e Moët & Chandon, enfrenta um cenário de demanda enfraquecida nos mercados dos Estados Unidos e da China, somado à escalada nas tensões comerciais globais.

Os papéis da empresa recuaram até 8,4% na Bolsa de Paris, acumulando uma desvalorização de 38% nos últimos 12 meses. Com a queda, a LVMH chegou a ser ultrapassada momentaneamente pela rival Hermès, fabricante da icônica bolsa Birkin, como o grupo de luxo mais valioso do mundo.

A inversão de posições ocorre pouco tempo depois de a LVMH ter tentado adquirir a Hermès, em uma operação que não avançou.

Queda nas vendas

No comunicado divulgado aos investidores, a LVMH informou que a divisão de moda e artigos de couro, a mais importante do conglomerado, teve retração de 5% nas vendas orgânicas entre janeiro e março.

Segundo analistas do banco RBC, os números reforçam a percepção de que o mercado global de luxo passa por um momento desafiador. “As preocupações com a retomada do consumo se intensificam com esses resultados, o que indica um ambiente mais difícil para o setor como um todo”, afirmaram os especialistas liderados por Piral Dadhania.

O desempenho negativo da LVMH contaminou também outras marcas de luxo na Europa. Ações de empresas como Kering (proprietária da Gucci) e Prada também apresentaram quedas.

A desaceleração nas compras de alto padrão entre consumidores chineses, que historicamente impulsionam o segmento, tem pressionado os resultados das principais casas de moda. Além disso, novas tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações da União Europeia, anunciadas neste mês pelo presidente Donald Trump, adicionaram mais incerteza ao cenário.

A diretora financeira da LVMH, Cecile Cabanis, afirmou em teleconferência que o grupo entrou em “território desconhecido” com as recentes sanções comerciais. Segundo ela, a empresa avalia ajustar preços e rever estratégias de marketing para compensar os impactos, mas não pretende alterar significativamente sua produção para os EUA, embora considere ampliar fábricas da Louis Vuitton e da Tiffany no país.

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