Preta Gil deixará o Brasil para tratar câncer; entenda tratamento experimental da cantora

Preta Gil deixará o Brasil para tratar câncer; entenda tratamento experimental da cantora

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações de Quem!

Divulgação

Publicado em 31/03/2025 às 12:26 / Leia em 4 minutos

Preta Gil se apresentou no Domingão com Huck desse domingo (30) e interpretou o tema da nova novela da Globo, Vale Tudo, como homenagem à sua madrinha, Gal Costa (1945 — 2022), que foi a intérprete original da música. Durante o programa, a cantora, de 50 anos de idade, contou que viajará para o exterior para continuar seu tratamento contra o câncer.

“Estou entrando em uma fase difícil. No Brasil, já fizemos tudo o que podíamos, agora minha chance de cura está no exterior, e é para lá que eu vou. Sei que sou uma mulher privilegiada, mas se tenho a condição de ir para fora, eu vou”, afirmou a artista.

Preta disse acreditar que voltará ao Brasil curada. “Quero voltar para cá, curada, e poder retomar tudo o que amo fazer, como vir aqui cantar, ser jurada, brincar com minha neta, com meus sobrinhos, enfim, ver meu filho, ver esse ser incrível que ele é. Tenho muita coisa para realizar ainda nesta vida, então me recuso a aceitar que acabou para mim agora. Acredito que ainda tenho um longo caminho pela frente”, contou.

Mas como é o tratamento experimental?
Preta já havia contado no Fantástico que fará um tratamento experimental nos Estados Unidos, mais especificamente em Nova York. Em dezembro do ano passado, a cantora foi submetida a uma cirurgia de 21 horas e retirou parte do seu aparelho digestivo e de seu sistema linfático. Na ocasião, ela retirou seis tumores, fez uma peritonectomia e quimioterapia intraperitoneal.

De acordo com a oncologista Patrícia Maira Torres Costa, o tratamento cirúrgico da artista foi muito agressivo. “É uma cirurgia muito difícil e que só fazemos em pacientes selecionados. Digamos que ainda não está nas rotinas de tratamento. Então ele é feito só em pessoas super selecionadas, que é o caso da Preta Gil, que tem condições físicas de ter uma boa performance, e também condições financeiras porque esse tratamento causa, além de muita toxicidade, também desnutrição. O paciente precisa estar muito preparado para conseguir sobreviver a ele”, afirma em entrevista à revista Quem.

Segundo a especialista, o tratamento que Preta fará nos Estados Unidos ainda não está aprovado para esse fim. “Existem tratamentos experimentais para várias doenças. E quando esse tratamento é experimental, ele deve ser administrado para o paciente, feito para aquele paciente diante de estudos clínicos, ou seja, o paciente vai participar de um estudo clínico, que é provavelmente o que a Preta Gil vai fazer”, esclarece a médica.

“Na verdade, quando pensamos em câncer de intestino, nos outros tumores, avaliamos as mutações que esse tumor tem para a gente ver tratamentos direcionados. Hoje temos a medicina de precisão, a medicina personalizada… Não sei se no caso da Preta Gil ela tem alguma mutação acionável, ou seja, preditiva, que é uma mutação que possa ter algum tratamento que seja efetivo. Mas ela deve fazer porque existem várias drogas novas saindo, inclusive imunoterapia para quem não tem estabilidade de microssatélite (biomarcador que indica o quão estável é o DNA de uma célula)”, explica.

Drogas novas
De acordo com a oncologista, existem drogas novas e provavelmente serão esses medicamentos que a Preta Gil usará. “Mas como a Preta disse, esse medicamento está em fase final de estudo, então, provavelmente, ela pode usar essa medicação também sem ser no estudo, porque, às vezes, essa medicação já é aprovada para outras patologias”, explica.

“Porque o que não se pode é usar o remédio que já mostrou que não tem eficácia nenhuma ou que tem muita toxicidade. Então, provavelmente, é um remédio que já tem eficácia comprovada, mas que ainda não tem uma aprovação. Por isso ainda é experimental. Para isso, tem que ir para outro país, precisa ter condições financeiras. E como ela mesma disse na entrevista, ela tem esse privilégio, porque, infelizmente, nem todo paciente tem e, principalmente, se os pacientes estão no SUS, onde é muito mais difícil o acesso”, afirma.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia