Conquistando palcos e colecionando prêmios por todo o Brasil, Melly tem celebrado os rumos que sua carreira tem tomado desde o lançamento de seus primeiros trabalhos profissionais. Em fevereiro, a baiana divulgou o álbum de remixes “Amaríssima V2”, repleto de parcerias com artistas como Karol Conká, Duda Beat e Liniker, estrelas da música popular brasileira que ela destaca como grandes influências em sua trajetória.
Em entrevista ao Alô Alô Bahia, a cantora revelou detalhes dos bastidores do novo trabalho e aproveitou para refletir sobre a música baiana, que, segundo ela, é uma verdadeira fonte de inovação para todo o país.
“A gente tem colhido bons frutos com o Amaríssima V2. Inclusive, está até engraçado, porque toda vez que eu entro no Twitter, eu estou ali passando no feed e aparece alguém assim, “me indique álbuns nacionais”, aí tá lá ‘Amaríssima, Melly’. Aí eu brinco que não consigo nem escutar o negócio novo, que a galera tá me escutando. É muito interessante”, se diverte.
O novo projeto traz remixes do segundo álbum de Melly, lançado em 2024, que agora surge com influências de brega funk, piseiro e funk MTG. Entre os destaques está a versão remixada de “Derreter & Suar”, que conta com produção de Nave e vocais de Duda Beat, uma parceria que a cantora sempre sonhou, por se tratar de uma grande referência de regionalidade musical.
“Quando essa canção chegou na mão do Nave, ele trouxe essa novidade que era o piseiro junto com arrocha, uma fusão de ritmos que deu muito certo e aí eu pensei que estava a cara de Duda Beat, que se ela entrasse ali ia trazer um respiro, uma novidade para a música. Então eu mandei mensagem para ela, para ver se colava”, conta Melly, que revela a influência de Duda em sua carreira: “A Duda foi uma artista que me fez despertar o meu olhar para a música regional, ela sempre foi uma pessoa que conseguiu muito bem traduzir a regionalidade dela para a produção musical, para a composição melódica. A melodia dela é completamente diferente. Eu acho isso muito bonito”.
Outra colaboração bastante especial para Melly é com Liniker, com quem ela afirma ter uma conexão que vai além do profissional. “Nossa parceria é mais antiga, a gente compõe muito juntos, temos uma sinergia muito boa ali, para além do musical também, pessoalmente, a gente se gosta muito, então tudo só tem a convergir para acontecer“, diz ela, que também participou do premiado álbum “Caju”, lançado no ano passado.

Melly e Liniker em show em São Paulo (Foto: @ianrassari)
APOIO PÚBLICO NA BAHIA
Embora seja um destaque na música baiana fora do estado, Melly acredita que a Bahia ainda apresenta certo conservadorismo quando se trata do apoio público e privado. Para ela, sair de sua terra para tentar a carreira no Sudeste é um reflexo histórico que continua se perpetuando até os dias de hoje.
“É uma construção histórica, né? Eu acho que esse êxodo, ele nunca deixou de acontecer. É muito difícil quando a gente não tem o apoio privado e o apoio público. É muito difícil quando não se tem um investimento no que artisticamente está rolando na cidade”.
“Infelizmente isso não se muda apenas com uma pessoa ou com um grupo específico. A gente tem que mudar isso lá em cima. Infelizmente existe uma posição hierárquica aí do que se deve ter prospecção. Uma parte específica escolhe o que é que se vai ter prospecção, o que é que se vai ter investimento, o que é que vai ter dinheiro público e o que vai ter dinheiro privado. E infelizmente não se escolhe o que deveria ser certo de se escolher“, declara.

Melly tem se destacado entre as novidades na música baiana nos últimos anos (Foto: @ianrassari)