Exposição em Paris debate a obra de Debret a partir das de 14 artistas contemporâneos brasileiros

Exposição em Paris debate a obra de Debret a partir das de 14 artistas contemporâneos brasileiros

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Redação Alô Alô Bahia

Galeria Superfície/divulgação

Publicado em 25/03/2025 às 11:49 / Leia em 3 minutos

A Maison de l’Amérique Latine recebe 40 releituras de 14 artistas brasileiros contemporâneos sobre Debret. Com o título “O Brasil Ilustrado: A herança pós-colonial de Jean-Baptiste Debret”, a exposição com curadoria do francês Jacques Leenhardt e da brasileira Gabriela Longman desembarca em Paris a partir do dia 30 de abril, reunindo obras de nomes como Gê Viana, Dalton Paula, Anna Bella Geiger, Jaime Lauriano, Denilson Baniwa e Tiago Sant’Ana.

Parte da programação do Ano do Brasil na França, a mostra nasceu a partir do livro “Rever Debret”, escrito por Leenhardt e editado por Samuel Titan Jr. e Gabriela Longman em 2023 (Editora 34). A publicação está prestes a ganhar uma edição francesa pela prestigiosa editora Actes Sud.

“Ao contrário do que a gente imagina, Debret é pouco conhecido na França. No Brasil, em compensação, essa iconografia permeia os livros didáticos e moldou o imaginário de diferentes gerações sobre a história do Brasil e da escravidão”, sugere Gabriela a respeito do pintor, que viveu no Rio de Janeiro entre 1816 e 1831.

No livro, Leenhardt, um dos maiores estudiosos de Debret, enfatiza sua vida dupla: ao mesmo tempo em que trabalhava na corte de dom João VI e Dom Pedro I, o pintor, um filho da Revolução Francesa, preenchia seus cadernos pessoais com cenas da vida cotidiana – muitas vezes violenta – que observava nas ruas. São esses registros, mais tarde reunidos na Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, que servem como ponto de partida para crítica e paródia por parte de uma geração efervescente de artistas do século 21 em suas instalações, vídeos, colagens digitais e outros formatos.

Dividida em três núcleos, a exposição conta com uma seleção de trabalhos de Anna Bella Geiger, Claudia Hersz, Dalton Paula, Denilson Baniwa, Eustáquio Neves, Gê Viana, Heberth Sobral, Isabel Löfgren & Patricia Gouvêa, Jaime Lauriano, Lívia Melzi, Tiago Gualberto, Tiago Sant’Ana e Valerio Ricci Montani.

Na instalação Trabalho (2017), Jaime Lauriano apresenta uma série de itens que reproduzem a iconografia de Debret. De cartões postais e camisetas a um cesto de lixo, os itens que compõem a obra refletem sobre a saturação de imagens amplamente difundidas no cotidiano Brasileiro, apartadas do contexto crítico que Debret as aplicava no contexto de Viagem pitoresca.  Outro destaque da exposição são as colagens digitais da série Atualizações Traumáticas de Debret, de Gê Viana. A artista maranhense  revisita cenas que compõem as pranchas de Debret, atribuindo a elas novos sentidos por meio da adição de elementos inesperados, como cogumelos ou caixas de som.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia