A Orquestra Ouro Preto (OOP) prepara uma adaptação em ópera do livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva. A ópera apresentada ao público pela primeira vez em junho, no Rio de Janeiro.
Até chegar à fase de finalização da adaptação do livro para a ópera, foram vários encontros de Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que dá origem à obra musical, com o maestro Rodrigo e com o maestro e músico Tim Rescala, que assina a música e o libreto.
A estreia será nas areias da Praia de Copacabana, em mais um passo da Orquestra pela popularização da ópera no Brasil. Na sequência, a produção será apresentada em duas récitas no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.
“Neste ano em que a orquestra comemora os 25 anos de existência, eu estou exultante de ver florescer uma nova ópera brasileira baseada no quê? No meu primeiro livro, Feliz Ano Velho”, disse o escritor Marcelo Rubens Paiva, em vídeo exibido no lançamento na Casa da Ópera.
“Acho que a sensação de ter uma obra transformada em ópera me faz sentir um cara muito mais importante, um cara quase erudito, um clássico. Os livros estão aqui [disse mostrando a estante] e este [Feliz Ano Velho] é um clássico da literatura brasileira. A vida surpreende a gente a cada dia. Um grande abraço a todos e muito obrigado”, concluiu.
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A adaptação faz parte da comemoração dos 25 anos do grupo. Além disso, a orquestra lança, nas plataformas digitais, o seu 22º álbum, Orquestra Ouro Preto: Villa-Lobos, Piazzolla e Mehmari, que reúne interpretações de compositores brasileiros e internacionais.
Novo álbum
A Bachiana Brasileira nº 9, do mestre Heitor Villa-Lobos, é um dos destaques do novo trabalho. Na interpretação, a Orquestra mantém a sofisticação e a identidade da obra original. O álbum traz ainda o bandoneonista e compositor argentino Astor Piazzolla, com a música Suíte del Ángel, em arranjos inéditos de José Carli, que além de parceiro do compositor, contribuiu para um dos períodos mais importantes da música latino-americana.
Com uma criação inédita inspirada nos sonetos atribuídos a Vivaldi em As Quatro Estações, a música Canções para as Estações, do pianista, compositor e arranjador André Mehmari é mais uma atração do disco. A voz da soprano Marília Vargas, confere uma abordagem inovadora e emocionante à interpretação. Na visão de Mehmari, a obra junta a música barroca e a arte da canção, duas de suas grandes paixões.
“É uma grande alegria saber que uma composição minha tem um registro tão brilhante e belo, feito com tanta competência artística e técnica pela Orquestra Ouro Preto. Acho que essa obra é das mais representativas composições de minha autoria em tempos recentes: ela mostra da maneira mais clara a minha paixão pela música barroca, pela representação dos afetos expressos por palavras em gestos musicais”, contou em texto divulgado pela OOP.
As informações são da Agência Brasil