O músico e escritor Tony Bellotto foi diagnosticado com câncer de pâncreas após a realização de um check-up de rotina neste mês. Durante os exames, um ultrassom identificou a presença de um cisto na região, levantando suspeitas. A confirmação veio por meio de exames complementares, como ressonância magnética e tomografia.
De acordo com a oncologista Fernanda Capareli, do Hospital Sírio-Libanês, Bellotto está entre os cerca de 30% dos pacientes que descobrem a doença ainda em estágio localizado, o que permite a realização de cirurgia para remoção do tumor. “Esse tipo de câncer tem um comportamento agressivo e costuma se espalhar rapidamente pelo organismo. No caso dele, felizmente, não foi identificada metástase”, explica a especialista em entrevista ao jornal O Globo.
Ao receber a notícia, Tony Bellotto lidou com o diagnóstico de maneira pragmática, sem passar por um período de negação. “Ele não se questionou ‘por que eu?’, mas adotou uma postura voltada para a solução, perguntando ‘como podemos resolver isso’”, relata Capareli.
O câncer de pâncreas é conhecido por ser silencioso e de difícil detecção precoce. Em alguns casos, pode se manifestar por meio de dores nas costas, já que o órgão está localizado próximo à coluna. No entanto, segundo a médica, esse sintoma é raro, e a maioria dos diagnósticos ocorre incidentalmente durante exames de rotina.
Mesmo com hábitos saudáveis, Bellotto não estava isento do risco da doença. “O maior fator de risco para o câncer é o envelhecimento. Embora um estilo de vida saudável reduza a probabilidade de desenvolver tumores, ele não elimina completamente essa possibilidade”, afirma Capareli. O câncer, segundo ela, é uma doença multifatorial e complexa, com múltiplas vias de desenvolvimento e variações de caso para caso.
O protocolo de tratamento ainda não está completamente definido, mas a previsão é que Tony Bellotto passe por uma cirurgia dentro das próximas duas ou três semanas. Após o procedimento, ele deverá iniciar sessões de quimioterapia para eliminar possíveis células cancerígenas que não tenham sido detectadas nos exames.
A detecção precoce do câncer de pâncreas, como ocorreu no caso do músico, é considerada rara, mas pode aumentar significativamente as chances de sucesso no tratamento.
