Recorde de público em São Paulo e Belo Horizonte, exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” chega a Salvador

Recorde de público em São Paulo e Belo Horizonte, exposição “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira” chega a Salvador

Redação Alô Alô Bahia

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Publicado em 17/03/2025 às 14:37 / Leia em 5 minutos

Em meio às ruas do Centro Histórico de Salvador, onde a cultura afro-brasileira se manifesta na arquitetura, nos ritos e nas expressões artísticas, a exposição Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira passa a ocupar, a partir de 29 de março, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) como parte da programação do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Com 68 artistas e cerca de 150 obras, a mostra traça um panorama da produção artística negra no Brasil, reunindo desde nomes históricos até expoentes contemporâneos. Em suas exibições anteriores no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, já recebeu mais de 300 mil visitantes, consolidando-se como uma das mostras mais assistidas do ano de 2024.

A curadoria é do pesquisador e curador Deri Andrade, responsável pelo Projeto Afro, plataforma que mapeia artistas negros no país. “A exposição propõe um olhar sobre a presença negra na história da arte brasileira e sua influência nas construções visuais do país. Salvador, com toda sua relevância histórica e cultural, era um destino essencial para essa itinerância. O MUNCAB, como espaço de referência, amplia ainda mais esse diálogo”, afirma Andrade.

A exposição será inaugurada no sábado, 29 de março e a programação inclui a performance “Do Que São Feitos os Muros” (2020-2025), do artista Davi Cavalcante, que constrói um muro com tijolos gravados com palavras, criando uma reflexão sobre a construção das relações humanas e seus impactos nos territórios.

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Artista – Tiago Sant’Anna (Obra – Perigeu – autorretrato com lua cheia)

Salvador como ponto de encontro da arte afro-brasileira

A chegada de Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira a Salvador intensifica o diálogo entre a produção artística negra e um território historicamente marcado pela presença afrodescendente. No MUNCAB, as obras se inserem em um ambiente que fortalece as narrativas e ressignifica a memória coletiva da diáspora africana.

A disposição das obras da exposição segue a estrutura já apresentada em outras capitais, mas a conexão com Salvador imprime novos sentidos à mostra. A expografia, concebida pelo arquiteto e cientista social Matheus Cherem e realizada com a produção técnica e executiva de Vinícius Andrade e Vitória Mazzaro, desafia o cubo branco e o padrão estéril do mercado de arte, propondo um espaço de troca e sociabilidade. Nesse labirinto expositivo, o corpo ocupa a centralidade, convidando o público a explorar seus movimentos, possibilidades e embaralhos, sem caminhos predefinidos, mas com múltiplas leituras e experiências.

A mostra reúne obras que conectam tradição e contemporaneidade para visibilizar a identidade negra em diversas linguagens artísticas, como pintura, escultura, fotografia, instalação e vídeo. As obras estão organizadas em cinco eixos curatoriais: Tornar-se, que destaca o ateliê do artista e o autorretrato; Linguagens, dedicado aos movimentos artísticos; Cosmovisão, que aborda engajamento político e direitos; Orum, sobre as relações espirituais entre céu e terra no fluxo Brasil-África; e Cotidianos, que discute representatividade.

Entre os artistas homenageados estão nomes como os baianos Lita Cerqueira (Salvador, BA, 1952), Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922 – São Paulo, SP, 1991) e Mestre Didi (Salvador, BA, 1917 – 2013), além de Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 1882 – 1922) e Maria Auxiliadora (Campo Belo, MG, 1935 – São Paulo, SP, 1974).

O curador Deri Andrade destaca que, ao chegar a Salvador, a mostra se fortalece como um espaço de reconhecimento e valorização da arte afro-brasileira. “A cidade carrega consigo a história e a resistência da população negra no Brasil, o que transforma a experiência da exposição. Essa conexão se fortalece, especialmente com o trabalho de Lita Cerqueira, que há décadas registra a cidade e suas manifestações culturais. Apresentar suas imagens aqui é um reconhecimento da sua contribuição para a memória visual da cultura afro-brasileira”, afirma.

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Artista – Guilherme Almeida (Obra – Mais um ano próspero para fazer florescer o jardim)

Serviço

Exposição: “Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira”

Período da exposição: 29/03/2025 a 31/08/2025

Visitação: Terça a domingo, das 10h às 16h30

Local: Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB) – Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico, Salvador

Entrada: os ingressos para visitar o MUNCAB se encontram disponíveis online ou na bilheteria do museu –

Valores:  R$20 (inteira) e R$10 (meia)

  • Clientes BB – direito a meia-entrada mediante a apresentação do RG e Cartão de Crédito ou Débito. Direito a 1 acompanhante.

  • Funcionários BB – acesso gratuito ao museu com apresentação do RG e comprovação profissional.

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