Mecânico denuncia falhas na manutenção de avião da Voepass que caiu em 2024

Mecânico denuncia falhas na manutenção de avião da Voepass que caiu em 2024

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Tiago Mascarenhas

Reprodução

Publicado em 17/03/2025 às 09:20 / Leia em 2 minutos

A Voepass, companhia aérea que teve suas operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na última terça-feira (11), volta ao centro das atenções com novas denúncias sobre falhas na manutenção de suas aeronaves.

Um mecânico que trabalhou na empresa antes e depois do acidente de agosto de 2024, que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), revelou em entrevista ao “Fantástico” que a companhia operava com deficiências estruturais graves.

Segundo ele, a Voepass não fornecia suporte adequado para a equipe de manutenção, incluindo a falta de materiais, ferramentas e componentes essenciais para os reparos. O profissional também afirmou que a aeronave que caiu, identificada pelo apelido “Papa Bravo”, era a que mais apresentava problemas e que os alertas sobre suas falhas foram ignorados.

“A gente avisava que o avião estava ruim, a manutenção sabia que o avião estava ruim, reportava, falava, avisava, e eles queriam obrigar a gente a botar o avião para voar”, afirmou.

O mecânico ainda relatou que, mesmo após a tragédia, a postura da empresa não mudou. Segundo ele, aeronaves paradas na sede da Voepass, em Ribeirão Preto, eram desmontadas para fornecer peças a outros aviões, prática conhecida como “canibalização”.

Embora permitida dentro de normas específicas, ele alega que a empresa fazia isso de maneira irregular. Além disso, a Voepass teria coberto aeronaves com lonas antes de uma vistoria da Anac, supostamente para esconder irregularidades.

Em nota ao “Fantástico”, a Voepass afirmou que sempre priorizou a segurança e que pretende retomar as operações o mais rápido possível. A empresa destacou que o relatório preliminar do Cenipa confirmou que a aeronave acidentada estava com certificação válida e sistemas operacionais. Sobre a reutilização de peças, disse que segue os protocolos regulatórios e que nunca tentou burlar fiscalizações.

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