O artista plástico baiano Roney George traz para a capital baiana a exposição “Assentamentos”, trabalho solo que reúne 20 obras inéditas, entre pinturas e instalações. A mostra, que será aberta no dia 20 de março, às 18h, na Casa do Benin, no Pelourinho, reafirma as raízes afro-brasileiras do artista e a influência da cultura sertaneja em sua formação. A entrada é gratuita.
Com 40 anos de carreira, Roney George é natural de Itapetinga, no sudoeste da Bahia, e cresceu imerso nas expressões visuais do sertão. Ainda jovem, se mudou para Salvador, aprofundando a sua relação com o Recôncavo e suas extensões culturais. A nova exposição, então, parte dessa transição territorial e simbólica, na qual os signos do sertão, como o couro, a terra, as texturas ásperas e os tons quentes, dialogam com os elementos da diáspora africana, compondo uma narrativa visual que resgata e reconstrói memórias dos povos negros e indígenas.
“Esta exposição é um retorno e, ao mesmo tempo, uma afirmação. É um processo de reencontro com minha trajetória, minhas referências e minha ancestralidade”, explica o artista.
Sob a curadoria de Danillo Barata, “Assentamentos” destaca tanto a resistência dos povos negros e indígenas, quanto os processos de transformação e ressignificação das identidades no Brasil. “O título da exposição remete aos espaços de resistência, sobrevivência e renovação criados pelo legado afro-brasileiro. As obras de Roney reverberam diálogos entre as lutas afro-americanas e afro-brasileiras, evocando ancestralidade, identidade e a força das narrativas coletivas”, afirma o curador.