Camarote Salvador investe em práticas ESG e planeja se tornar o primeiro ‘Lixo Zero’ do Brasil em 2026

Camarote Salvador investe em práticas ESG e planeja se tornar o primeiro ‘Lixo Zero’ do Brasil em 2026

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Antonio Dilson Neto

Jefferson Peixoto/Alô Alô Bahia

Publicado em 02/03/2025 às 20:39 / Leia em 4 minutos

Antes, durante e depois do Carnaval de 2025, o Camarote Salvador, promovido pela Premium Entretenimento, aposta em uma revolução sustentável. A meta é ambiciosa: tornar-se o primeiro “Lixo Zero” do país até 2026.

A iniciativa, que integra ações de sustentabilidade e ESG (ambiental, social e governança), já apresenta resultados expressivos e promete transformar o cenário do evento.

Em entrevista exclusiva ao Alô Alô Bahia, Danielle Pires, coordenadora de Sustentabilidade da Premium Entretenimento, destacou que o trabalho de desevolvimento das estratégias já acontece há três anos.

“Aderimos aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com ênfase nos ODS 8, 10 e 12 – geração de empregos de qualidade, redução das desigualdades e promoção do consumo sustentável, são os nossos nortes para desenvolver as estratégias traçadas”, explicou.

O Camarote Salvador não é apenas palco de entretenimento; é também um importante gerador de renda. Em 2024, foram criados mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, e a meta para 2025 é atingir 14 mil postos de trabalho.

Danielle ressaltou a importância da qualificação e da inclusão, com ações voltadas a comunidades locais – como São Lázaro, Calabar e Alto das Pombas, com um olhar especial para grupos minoritários, incluindo pessoas pretas, LGBTQ, pessoas com deficiência e jovens, especialmente em cargos de liderança.

A profissional enfatiza que o projeto vai além dos números:

“Quando falamos de redução de desigualdades, não é só gerar emprego e renda, mas incluir grupos minorizados – pessoas pretas, LGBTQ+, pessoas com deficiência e jovens –, principalmente em posições de liderança.”

Gestão de Resíduos

No campo ambiental, o Camarote Salvador já apresenta um histórico positivo: em 2024, 45% dos resíduos foram devidamente desviados de aterros sanitários. Para 2025, as projeções indicam um avanço significativo, com iniciativas de compostagem de resíduos orgânicos oriundos dos alimentos não consumidos.

A operação conta com uma cooperativa que realiza a coleta, triagem e reciclagem dos resíduos em regime de 24 horas, reforçando o compromisso com a economia circular.

Foto: Jefferson Peixoto/Alô Alô Bahia

O objetivo do Camarote Salvador está traçado, explica Danielle.

“Queremos ser o primeiro camarote lixo zero do Brasil. Em 2024, 45% dos resíduos foram desviados de aterros, e em 2025 e  2026 vamos intensificar esse trabalho, incorporando, também, a compostagem dos resíduos orgânicos.”

Outra inovação está na utilização consciente dos materiais cenográficos. As lonas utilizadas na decoração são doadas para uma ONG a Costura Solidária Sustentável, no bairro do Uruguai, em Salvador, que gera renda para mulheres negras, chefes de família. Em 2024, foram doados 550 kg de material, com previsão de aumento na próxima edição do Carnaval.

Acolhimento

Além disso, o Camarote Salvador implantou uma equipe de acolhimento composta por psicólogas para oferecer suporte durante os dias de festa. Esse serviço busca prevenir e combater a discriminação, o assédio e a violência, com especial atenção à proteção das mulheres – sejam foliãs do Camarote ou parte do staff que trabalha no empreendimento.

“Nosso trabalho de acolhimento não só ampara, mas também conscientiza, criando um ambiente mais seguro e inclusivo para todos, principalmente para as mulheres, que ainda enfrentam muitos estigmas, especialmente no Carnaval.”

ESG como estratégia de negócio

Para Danielle Pires, a integração de práticas ESG vai além de ações isoladas. “Estamos transformando o processo produtivo do Camarote Salvador – que movimenta cerca de 160 milhões de reais por ano – ao alinhar impactos ambientais, sociais e econômicos. Essa mudança de paradigma é essencial para que grandes empresas operem de forma sustentável”, afirmou.

Ela destaca ainda que a área de ESG é multidisciplinar e passa por todos os setores da empresa, mostrando que sustentabilidade e entretenimento podem caminhar juntos:

“Não dá mais para operar sem considerar nosso impacto no território. É uma mudança de paradigma que beneficia não só a empresa, mas toda a sociedade.”

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