Jornal britânico lista motivos pelos quais ‘Ainda Estou Aqui’ deveria levar o Oscar: ‘ressonância do que vivemos’

Jornal britânico lista motivos pelos quais ‘Ainda Estou Aqui’ deveria levar o Oscar: ‘ressonância do que vivemos’

Redação Alô Alô Bahia

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José Mion/Alô Alô Bahia

Divulgação

Publicado em 26/02/2025 às 12:10 / Leia em 3 minutos

A pouco dias da cerimônia do Oscar, no próximo domingo (2), o The Guardian elencou diversos motivos pelos quais “Ainda Estou Aqui”, longa brasileiro de Walter Salles, merece levar a estatueta de Melhor Filme. Direto do Rio de Janeiro, Tom Phillips reflete sobre a obra nacional, “um capítulo sombrio do passado autoritário do Brasil”, que, segundo o jornalista, “tem uma ressonância assustadora para o mundo em que vivemos hoje“.

O autor do texto diz que os motivos são muitos e vão da linda trilha sonora brasileira, passando pelas performances “extraordinárias e empáticas” e chegando ao “trabalho de câmera comovente”. Segundo Phillips, no entanto, um dos argumentos mais convincentes a favor do longa estrelado por Fernanda Torres é “a festa gigante que tal vitória produziria no Brasil”, por caso em pleno domingo de Carnaval, com diversas ações sendo preparadas, inclusive em espaços públicos, só em Salvador, quiçá em todo o Brasil.

O jornalista destaca ainda o apoio que os próprios brasileiros deram ao filme, com mais de quatro milhões de pessoas indo aos cinemas para assisti-lo e os críticos o chamando de “um dos melhores filmes do Brasil em anos”.

“As três indicações do filme ao Oscar – Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz e Melhor Filme – provocaram uma onda de alegria patriótica pelo fato de um capítulo tão miserável da história brasileira poder ser transformado em algo totalmente mais positivo“, destacou Phillips, relembrando até o entusiasmo de Luiz Inácio Lula da Silva após o anúncio das indicações do filme. “Que orgulho!”, celebrou o presidente à época.

No Brasil, o jornalista revela o clima de “final de Copa do Mundo”, com as bandeiras com o verde e amarelo do país nas sacadas, as fantasias de Carnaval em homenagem a Fernanda Torres e à própria estatueta dourada do Oscar.

De acordo com Phillips, vale ressaltar que “o filme tocou a corda, no Brasil e em todo o mundo, à medida que o público enfrenta uma nova era autoritária, liderada por homens fortes obcecados por si próprios”, não muito diferentes dos que governavam o país no período retratado em “Ainda Estou Aqui”.

Apesar do retrato específico de um tempo e de uma nação, a força do filme estaria, segundo o jornalista, em contar a história do rapto e assassinato de Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, “não através de cenas horríveis em câmaras de tortura, mas através da maneira profundamente digna como sua esposa, Eunice (Fernanda Torres), responde ao crime”.

“Sempre pensamos que este deveria ser um filme sobre família… uma família que quer ser feliz, mas não pode ser por causa das incongruências da loucura política”, disse Marcelo Rubens Paiva, filho na vida real do casal, em entrevista a Phillips, para quem o retrato íntimo de Salles tem ecos nas manchetes de hoje, dos homens venezuelanos transportados para Guantánamo por Donald Trump, às tropas de Vladimir Putin destruindo famílias na Ucrânia.

“É um filme para os tempos cruéis e perturbadores que mais uma vez varrem o mundo. Se algum filme merece o Oscar de 2025, é esse”, arremata o jornalista no texto para o The Guardian.

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