PGR denuncia Jair Bolsonaro e ex-ministros por tentativa de golpe de estado em 2022

PGR denuncia Jair Bolsonaro e ex-ministros por tentativa de golpe de estado em 2022

Redação Alô Alô Bahia

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Antonio Dilson Neto

Reprodução/Marco Bello/Reuters

Publicado em 18/02/2025 às 20:59 / Leia em 3 minutos

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou, na noite desta segunda-feira (18), uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo por tentativa de golpe de Estado em 2022.

A acusação, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), aponta crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Caso o STF aceite a denúncia, Bolsonaro se tornará réu e passará a responder a um processo criminal.

Além do ex-presidente, foram denunciados nomes de peso da antiga gestão, como o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em 2022, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Quem são os denunciados?

Entre os acusados de participação no plano golpista estão:

  • Jair Bolsonaro – Ex-presidente da República
  • Walter Braga Netto – Ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em 2022
  • Mauro Cid – Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  • Alexandre Ramagem (PL-RJ) – Deputado federal e ex-diretor da Abin
  • Almir Garnier Santos – Ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – Ex-ministro da Justiça
  • Augusto Heleno – Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
  • Paulo Sérgio Nogueira – Ex-ministro da Defesa

Os investigados podem enfrentar penas que variam de 4 a 12 anos de prisão por tentativa de golpe, além de sanções para outros crimes correlatos.

Relatório da PF embasou denúncia

A denúncia da PGR tem como base o relatório da Polícia Federal, que, em novembro de 2023, concluiu o indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas. O documento apontou a existência de uma organização criminosa estruturada para viabilizar a anulação do resultado eleitoral e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em dezembro, um relatório complementar da PF elevou o número total de indiciados para 40 pessoas. Entre os alvos da investigação estão Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, e outros aliados do ex-presidente.

Núcleos do plano golpista

A Polícia Federal identificou seis núcleos de atuação que teriam sido responsáveis por estruturar e executar o plano golpista:

  • Desinformação e ataques ao sistema eleitoral: Disseminação de fake news para desacreditar as urnas eletrônicas.
  • Incitação de militares: Tentativa de cooptar oficiais para aderirem ao golpe.
  • Núcleo jurídico: Produção de minutas golpistas, como a encontrada na casa de Anderson Torres.
  • Apoio operacional: Financiamento e mobilização de manifestações em quartéis.
  • Inteligência paralela: Monitoramento ilegal de autoridades, incluindo Alexandre de Moraes e Lula.
  • Medidas coercitivas: Planejamento de ações violentas, incluindo a possível captura ou assassinato de adversários políticos.

Além dessa investigação, Bolsonaro também já foi indiciado em outros escândalos recentes, como o caso das joias sauditas e a fraude no cartão de vacinação.

A denúncia da PGR agora está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, que decidirá os próximos passos do processo.

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