Líder do Cancer Center Santa Izabel e Oncoclínicas, a médica baiana Clarissa Mathias foi destaque na prestigiada revista Claudia neste mês. Em reportagem assinada por Carol Castro, a especialista falou sobre sua relação com a medicina, paixão herdada do avô.
Detalhe que o ascendente não desejava que a netinha seguisse seus passos, argumentando que os médicos são “mercenários”. Clarissa desobedeceu o conselho vocacional, mas levou para vida a questão financeira.
“O receio dele virou até um bloqueio para mim. Tenho muita dificuldade em cobrar. Faço visitas e não cobro nada”, revelou a médica.
Além disso, uniu-se a outros médicos para fazer caravana de saúde. Em dezembro do ano passado, foi até uma comunidade próxima a Canudos para realizar atendimentos e exames gratuitamente.
Outra atitude recente tomada pela médica foi a reabertura da Casa de Apoio Solange Fraga, em parceria com a Casacor. “É uma casa que abriga crianças com câncer em situação de necessidade. As famílias do interior ficavam lá durante o tratamento. E ela foi desativada durante a pandemia. Liguei para a pessoa responsável pelo projeto Casacor aqui na Bahia, e ele teve uma sensibilidade enorme. Quatro arquitetos toparam e reabrimos a casa. Temos vários projetos lá. Entre eles o de reinserção dos pais no ambiente de trabalho, porque muitas vezes eles perdem o emprego”, revela.
Essa paixão e dedicação resultou nela ser a primeira brasileira eleita para a diretoria da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco).
“Eu já estava feliz em estar entre os nomes para essa escolha, porque são 46 mil associados”, celebrou ela na entrevista.