Um apartamento foi atingido por uma bala perdida no bairro Cidade Jardim, em Salvador. A bala atravessou uma janela do imóvel e atingiu uma porta de madeira. A unidade fica no oitavo andar. O caso aconteceu na noite de segunda-feira (17), na Rua Sócrates Guanaes Gomes. Ninguém ficou ferido.
Segundo o dono do imóvel, Marcelo Nascimento, 35 anos, o projétil, de 9 milímetros, atingiu a janela por volta das 22h30. O cômodo era uma sala de TV, que estava em reforma e sem iluminação. Ele conta que imaginou que era um foguetório e que só percebeu o impacto da munição na manhã desta terça (18).
“Eu ouvi um impacto dentro do apartamento e fui checar se algo tinha caído, mas não encontrei nada. Hoje pela manhã, vi um buraco grande no vidro e percebi que era uma bala. São dois buracos, já que a janela estava aberta. Em seguida, eu achei a bala no chão e vi que uma porta de madeira foi atingida. Nesse momento, eu constatei que era uma bala perdida”, afirmou.
O apartamento fica em frente ao complexo do Nordeste de Amaralina. Marcelo contou que os tiroteios e foguetórios são frequentes na região. Ele mora com a mãe e a irmã, que estavam nos quartos no momento do incidente.
“Nós acompanhamos os tiroteios aqui nas proximidades, mas achamos que nunca vai acontecer conosco. Os quartos ficam na mesma direção da sala de TV e por sorte o tiro pegou lá [na sala de TV], já que elas estavam dormindo e, pela direção que a bala entrou na janela, poderia ter pegado nelas”, continuou.
O cômodo é bastante frequentado pelos moradores e costuma ser usado para reunir familiares. “Minha mãe ficou muito nervosa, preocupada, tremendo a manhã inteira. Estamos com uma sensação de insegurança e com medo de estar perto da janela. Pela direção que o tiro entrou pela janela, temos o receio de ser algo que passe a ser recorrente. Hoje eu fiz o orçamento de uma janela blindada”, falou Marcelo.
Ele também relatou que essa não é a primeira vez que uma bala perdida atinge a edificação. O caso preocupou os vizinhos do proprietário, que passaram a procurar meios de ajudar a família. “Como esta é a segunda ou terceira vez, todo mundo se coloca no lugar, pensando que poderia ser com eles também. É um prédio familiar, com idosos e crianças, e todos se preocupam com a possibilidade de alguém se ferir nesses casos”, disse.
O proprietário não procurou a polícia para registrar a ocorrência. “Eu até ia abrir um Boletim de Ocorrência, mas não quis perder meu tempo por saber que não vai mudar muita coisa”, completou.
A Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil (PC) foram procuradas para saber se há registros de tiroteios nas imediações da edificação. A PC informou que não recebeu denúncias de ocorrências do tipo. Já a PM declarou que não foi acionada.