Cacá Diegues, cineasta que faleceu aos 84 anos nesta sexta-feira (14), vivia um luto intenso devido à morte de sua filha, Flora Diegues. Ela faleceu em 2019, aos 34 anos, após uma batalha de quatro anos contra um câncer no cérebro.
No ano passado, Cacá fez um desabafo sobre o assunto em entrevista à revista Veja . Na ocasião, ele não escondeu que a perda da filha o afetou profundamente. “Passei quase uma década afastado de tudo. Ela ficou doente em 2015 e enfrentou uma batalha de quatro anos contra a doença. Quando Flora morreu, foi um sofrimento que não dá para medir. Perdi o gosto pelas coisas, inclusive o interesse pelo cinema”, disse.
O cineasta comentou ainda que a doença ade sua filha foi responsável por ele dar uma pausa na sua carreira, para tentar acompanhá-la durante o tratamento. No entanto, após sua morte, ele seguiu recluso diante de tamanha tristeza.
“Foram tempos duríssimos, que coincidiram com a morte da minha filha. Isso me deixou muito abalado, deprimido, me tirou do ar”, contou que apesar de sua dor, jamais pensou em abandonar de vez o cinema: “Tive momentos de profunda decepção, de reflexão sobre o país e de pessimismo. Mas abandonar a carreira, não. Não sei fazer outra coisa”.
De Maceió, mas morador do Rio de Janeiro desde os seis anos de idade, Diegues é tido como um dos fundadores e uma das figuras mais influentes do Cinema Novo. Durante sua carreira, o cineasta dirigiu mais de 20 filmes, entre os quais se destacam os premiados Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980) e Tieta do Agreste (1995).