Diagnosticada no final do ano passado com sarcoma sinovial, a apresentadora Vera Viel, de 49 anos, esposa de Rodrigo Faro, de 51, está em remissão da doença, segundo o apresentador. Ou seja, o câncer dela não foi mais detectado em nenhum exame.
“O sarcoma é um tipo de câncer que se origina nos tecidos conjuntivos do corpo, como ossos, músculos, gordura, cartilagem e vasos sanguíneos. Existem muitos subtipos de sarcomas, classificados em dois grupos principais: sarcomas de partes moles e sarcomas ósseos”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Pós-Doutor clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e pesquisador honorário da Universidade de Oxford (Inglaterra) em entrevista à revista Quem.
Mas o que realmente significa a palavra remissão? Segundo o médico, a remissão é o primeiro estágio da melhor notícia que todo oncologista deseja dar ao paciente. “Em termos de fácil entendimento, a remissão pode ser parcial ou completa, temporária ou permanente. Isso significa que os sinais e sintomas do câncer estão reduzidos ou ausentes. A remissão parcial tem muita relação com a regressão da doença, ou seja, ela é a diminuição do tamanho de um tumor ou da extensão da doença no corpo, em resposta ao tratamento, o que diminui também os sintomas. Já a remissão completa é o desaparecimento de todos os sinais da doença em resposta ao tratamento. Isso nem sempre significa que o câncer foi curado, mas é uma boa notícia”, explica o oncologista.
De acordo com Ramon, a palavra “câncer” tem um forte estigma na sociedade e muitos, por falta de informações, julgam esse diagnóstico como o fim da linha. Mas isso não é necessariamente verdade: ainda existem boas notícias após o diagnóstico e tratamento da doença. “Mas nem sempre os termos oncológicos são de fácil entendimento. Muitos pacientes ficam em dúvida e confundem conceitos como o de regressão, remissão, seguimento e cura da doença”, destaca o oncologista.
Sobre regressão, o médico explica que o conceito de regressão tem relação direta com o tamanho do tumor. “Então, quando há a diminuição do tumor ou da extensão da doença no corpo, falamos em regressão. Isso ocorre na maioria das vezes pelo tratamento. Há casos raríssimos de regressão espontânea com desaparecimento completo ou parcial de um tumor maligno”, explica o médico.
De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, o termo seguimento oncológico é o acompanhamento médico regular que um paciente deve fazer após o tratamento do câncer. “O objetivo é detectar a possibilidade de recidiva ou novos problemas. Essas consultas médicas regulares acontecem independentemente dos sintomas. O paciente passa por exames físicos e outros que podem incluir análises laboratoriais e de imagem”, diz Ramon.
Por fim, o médico explica que a cura significa permanecer em remissão completa por cinco anos ou mais. “Mesmo assim, algumas células cancerosas podem permanecer no corpo, por isso o acompanhamento médico é importante”, esclarece. “O mais importante para pensarmos em cura para o câncer é diagnosticar precocemente a doença. A cura também está atrelada ao tipo de tumor, de forma que alguns são mais agressivos e com maiores chances de metástases que outros. E existem alguns tumores que têm altas taxas de cura, até mesmo quando diagnosticados em fases avançadas”, diz o especialista.
Apesar das incertezas que cercam o paciente, o médico diz que o diagnóstico de câncer não é o fim da linha e que, em muitos casos, é possível chegar até as boas notícias. “Seguir o protocolo médico desenvolvido pelo especialista é fundamental”, destaca o oncologista.