Com referências dos rituais das religiões de matriz africana e também da sua vida pessoal, a artista plástica Maria Carolina apresenta a exposição “Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã”, que fica em cartaz até 13 de fevereiro, no Espaço Xisto Bahia, em Salvador. Inspirada em uma composição do sambista baiano Oscar da Penha, mais conhecido como Batatinha, seu avô, a artista expressa a relação dos elementos da natureza e a sua cosmovisão através da troca de energias do Orí (Cabeça) com o Àiyé (Terra em que vivemos) estando integrada as infinitas nascentes do Òrun(Lugar onde vivem os Òrìṣàs e encantados).
A mostra, que tem visitação gratuita, é composta por nove telas que tratam sobre liberdade e ancestralidade. “Essa exposição traz muitos elementos dos processos históricos que meu avô viveu e acompanhou, tanto no sentido cultural quanto social, racial e econômico. É algo que, apesar de ter sido escrito em outra época, vejo como análogo às minhas vivências e experiências atuais (…) É uma composição artística que eu tentei estruturar como um pergaminho de reflexão. Camugerê e Agolonã estão ligados aos orixás dos caminhos e dos elementos. Peço sabedoria e introspecção para refletir sobre amizade, história e sobre todas as explorações e suas consequências que vivemos até hoje”, explica a artista.