Para Nara Couto, os festejos à Rainha do Mar se prolongam por dois dias. Desde a véspera do dia de Yemanjá, com uma programação regada a arte e espiritualidade, a cantora baiana rende homenagens à orixá e só finaliza os trabalhos na noite de 2 de fevereiro.
A jornada inicia-se neste sábado (1º) às 8h da manhã e só finda às 18h, com a nona edição do Festival das Águas, conduzido por ela mesma.
A artista, filha do coreógrafo Zebrinha, oferece ao público rituais ancestrais que cultuam as águas sagradas, através das figuras de Yemanjá e Oxum. Quem a acompanhar terá a oportunidade de vivenciar um processo de cura e autoconhecimento.
“Começou comigo na frente do mar. No segundo ano, éramos quatro pessoas. No terceiro ano, 25 pessoas e depois, só foi crescendo”, relembra Nara.
Cici de Oxalá, contadora de histórias afro-brasileiras e egbomi do Terreiro Ilê Axé Opô Aganjú, participa das atividades, que incluem banho de folhas, preparação e oferenda dos balaios ecológicos ao rio e ao mar. Para participar, é preciso entrar em contato pela página do Instagram do festival.
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No raiar do dia 2 de fevereiro, às 5h da manhã, Nara Couto vai estrear on-line o vídeo-poesia Yemanjá – A entidade das águas. O audiovisual é mais uma parceria dela com o diretor baiano Edgar Azevedo, responsável pela direção de cena e fotografia.
As imagens foram filmadas no Rio Paraguaçu, em Cachoeira, cidade do Recôncavo baiano. “É um tributo à grande Mãe das águas, convidando o espectador a se conectar com a energia de Yemanjá e a força vital das águas”, explica ela, que também assina a direção musical.
Mais tarde, às 19h20, o culto assume o formato de um show no 14º Festival Oferendas, na Rua da Paciência, artéria pulsante do bairro do Rio Vermelho.
Com o palco voltado para a rua, na varanda do Lálá Casa de Arte, Nara se une ao renomado pianista Jonathan Ferr e à cantora cabo-verdiana Kady em uma ode à música baiana e africana. Piano, percussão, baixo e violino criarão uma atmosfera quase acústica e dão lastro ao repertório que transita entre o sagrado e o profano.
“Celebrar Yemanjá nesta época do ano, além de fortalecer minhas energias internas, representa a celebração de um novo ciclo através das águas. É um momento de renovação e entrega, e neste contexto, ofereço o que tenho de mais precioso: minha arte“, considera Nara.