Após críticas a Fernanda Torres e “Ainda Estou Aqui”, o jornal francês Le Monde teve suas redes sociais invadidas por comentários de brasileiros detonando o veículo, no último dia 14. Nesta segunda-feira (27), Bruno Meyerfeld, correspondente do veículo no Brasil, revelou detalhes da situação em sua coluna, “Carta de São Paulo”.
“Em dois dias, o jornal teve que apagar cerca de 21.600 comentários [de brasileiros] com conteúdo ofensivo, a maioria do Instagram, em comparação com 700 por dia em tempos normais”, disse Meyerfeld.
Mesmo sendo brasileiro, o correspondente não concordou com boa parte dos comentários, que caracterizou como machistas e “mal intencionados”.
Ele mencionou o comentário de um usuário que comparou franceses a “porcos que nunca tomam banho”. Ele ainda refutou que o veículo esteja conspirando a favor de “Emilia Pérez”, um dos longas que concorre ao Oscar com “Ainda Estou Aqui”.
O jornalista chamou o filme de “melodramático” e criticou o amor ferrenho à filha de Fernanda Montenegro. “Para eles [os brasileiros] é impossível não gostar desse filme melodramático e de estilo consensual, cuja temática ressoa em um Brasil castigado pelo mandato de Jair Bolsonaro”, argumentou.
Polêmica nas redes
Na matéria de página inteira publicada pelo jornal francês, o crítico Jacques Mandelbaum disse que a atuação de Fernanda Torres no filme é “monocórdica”. No texto, Mandelbaum desaprovou o que chamou de “focalização melodramática” na figura de Eunice Paiva.
Após a divulgação da crítica do Le Monde nas redes sociais, brasileiros invadiram as redes do jornal para reclamar das críticas direcionadas ao filme e a Fernanda Torres. Em diversas publicações do veículo no Instagram, é possível encontrar centenas de comentários debochados em português.
“Jornalzinho de beira de estrada, respeitem Fernanda Torres!”, disse uma internauta. “Respeitem o Brasil, seus sem banho”, escreveu outro. “Mexeram com o país errado”, afirmou um terceiro.