O primeiro grupo de brasileiros deportado dos Estados Unidos após a posse de Donald Trump chegou a Belo Horizonte, na noite desse sábado (25). O voo com os expatriados havia pousado em Manaus, na sexta-feira (24), após um problema técnico.
Na viagem, os brasileiros viveram momentos de tensão. “Um inferno, uma tortura desde que saímos da Louisiana. Deu para perceber que o avião tinha algum problema. Acho que foi uma falta de compromisso deles com os seres humanos, a gente estava morrendo de medo de morrer”, contou Sandra Pereira de Souza, de 36 anos, que viajou com o marido Alisdete Gonçalves dos Santos, de 49, e os dois filhos pequenos.
Ela contou que foi surpreendida ao ser levada para viajar. Segundo ela, a família saiu de casa acreditando que iria para uma reunião com a imigração, mas não retornou. Eles não conseguiram pegar pertences, deixando tudo para trás, inclusive uma empresa que abriram no país. Apesar de terem imigrado ilegalmente, o casal disse que cumpria com todas as obrigações com a imigração, há três anos e meio, desde que chegaram.
O brasileiro Carlos Vinícius de Jesus, de 29 anos, contou que ele e outros passageiros foram algemados, agredidos e ameaçados. “Foi terrível, vim preso nos braços, nas pernas e na cintura, eles não respeitaram a gente. Bateram em nós. Disseram que iam deixar derrubar o avião e que o nosso governo não era de nada”, relatou.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a retirada de algemas de brasileiros que foram deportados dos Estados Unidos. “Na manhã deste sábado (25), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre uma tentativa de autoridades dos Estados Unidos de manter cidadãos brasileiros algemados durante o voo de deportação para o Brasil”, informou o Ministério da Justiça.
Em nota, acrescentou que o ministério tomou conhecimento da situação dos brasileiros pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues.
*Com informações do g1 e Agência Brasil