Quem esteve na orla do Rio Vermelho, em Salvador, na tarde desta sexta-feira (24), presenciou um espetáculo encantador. Próximo à Vila Caramuru, alguns golfinhos foram vistos nadando e dando saltos no mar, compondo um cenário deslumbrante com o pôr do sol ao fundo.
O momento foi registrado por Nívea Feitosa, que capturou em vídeo os animais. “Já não basta um pôr do sol lindo, ainda fomos presenteadas por um espetáculo”, comentou a autora das imagens.
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Para entender mais sobre o fenômeno, o Alô Alô Bahia conversou com Gustavo Rodamilans, médico veterinário e doutor em Ciência Animal pela UFBA, que coordena o Projeto Baleia Jubarte em Salvador. Segundo ele, os golfinhos avistados possivelmente pertencem ao gênero Tursiops, comuns na região costeira baiana.
“Embora o vídeo não permita uma identificação completa, há fortes indícios de serem do gênero Tursiops. Esses animais se aproximam da costa para se alimentar de pequenos peixes, algo típico nessa área do Rio Vermelho, onde há rica disponibilidade de alimento”, explicou.
Sobre possíveis mudanças no comportamento dos golfinhos, Rodamilans afirmou que o avistamento não reflete alterações em seu habitat natural: “É um hábito comum. Eles se aproximam para se alimentar, especialmente em áreas como o Rio Vermelho, que permitem que eles encontrem suas presas. Contudo, é preciso ficar atento ao risco de captura acidental em redes de pesca, embora ali predomine a pesca de anzol”.
Ele também destacou a importância da conscientização dos moradores e turistas para preservar a vida marinha. “A ciência cidadã, como a filmagem e o envio de informações, é essencial. Quanto mais conhecemos os animais, mais podemos protegê-los. O Projeto Baleia Jubarte, além de monitorar baleias, também desenvolve trabalhos com golfinhos e botos na Baía de Todos os Santos”, afirmou.
O coordenador lembrou ainda da necessidade de respeitar a distância mínima de 100 metros dos golfinhos, conforme previsto em lei, para garantir a segurança dos animais e das embarcações. “Nosso objetivo é monitorar constantemente esses animais e ampliar o conhecimento sobre os oceanos, para que possamos conservar a fauna marinha e os ambientes costeiros”, concluiu.
