Já se pode ouvir, em todas as plataformas digitais de áudio, desde esta sexta-feira (24), o álbum de estreia de Gabriel Mercury. O sobrenome que ele carrega não esconde a aptidão para a música e, sobretudo, a ousadia ao se apresentar ao público como cantor e compositor. Ousadia, sim, porque, entre as 10 faixas que compõem o disco, Gabriel encontrou espaço para desde músicas dançantes como o arrocha a elementos de jazz e rock. E até poesias musicadas!
Oriundo da MPB, Gabriel redefine sua sonoridade ao incorporar ritmos dançantes e misturas inusitadas, sem perder a abordagem poética nas músicas. Ele fundiu percussões acústicas, típicas do Axé, como timbaus, atabaques e bongôs, com elementos eletrônicos. Assim, o disco, de título homônimo ao artista, representa uma recriação artística de si próprio.
“Queria criar um álbum dançante, vibrante e alegre, sem perder o viés poético que venho explorando nos últimos anos”, justifica Gabriel. “Busquei harmonias improváveis, levadas inovadoras e misturas de gêneros. O axé e o arrocha são predominantes, mas outros estilos aparecem em detalhes que enriquecem a experiência.”
Canções como “Jujuba”, parceria de Gabriel com Carlinhos Brown, Pierre Onassis e Daniela Mercury, e “Eu Não Sofro Por Amor”, que conta com a participação de Tierry, imprimem o frescor dessa mistura sonora tipicamente baiana. Em “Ladeiras da Bahia”, colaboração com o letrista Capinam, ele celebra a riqueza cultural de Salvador.
A faixa “Mestre Moa” tem um lugar especial no repertório. Originalmente lançada em 2018 em formato audiovisual, tendo a presença de Caetano Veloso, a música ganha agora seu primeiro fonograma. A canção homenageia o compositor, percussionista e mestre de capoeira baiano, Mestre Moa do Katendê.
Outro destaque do disco é o diálogo das canções com a poesia. Gabriel musicou dois poemas de grandes nomes da literatura brasileira: “Alegria”, de Rita Santana, e “A Flor do Campo”, de Adélia Prado.