O governo Trump anunciou uma nova medida contra a imigração que suspende a entrada de refugiados já autorizados a ingressar nos Estados Unidos. A decisão, oficializada por meio de uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump na segunda-feira (20), também interrompeu o Programa de Admissão de Refugiados, órgão responsável pelo processamento e reassentamento dessas pessoas. A medida foi divulgada pela Associated Press (AP) nesta quarta-feira (22).
A suspensão, inicialmente programada para entrar em vigor em 27 de janeiro, foi antecipada e deixou milhares de refugiados, que já haviam completado o rigoroso processo de triagem e recebido aprovação para entrar nos EUA, sem a possibilidade de viagem. Entre os afetados estão mais de 1.600 afegãos, incluindo familiares de militares norte-americanos e colaboradores que apoiaram tropas dos EUA durante a guerra no Afeganistão.
Controvérsias
Os refugiados prejudicados por essa decisão buscaram segurança nos EUA fugindo de perseguições, violência ou conflitos em seus países de origem. Muitos já possuíam passagens compradas e estavam prontos para começar uma nova vida, com o suporte de agências governamentais de reassentamento que auxiliam na adaptação, emprego e educação de crianças.
Apesar de o governo ter estabelecido uma margem de tempo até o dia 27 para finalizar o processamento de refugiados aprovados, a nova comunicação interna do Programa de Admissão de Refugiados determinou a suspensão imediata das viagens “até novo aviso”, segundo e-mail acessado pela AP.
Especialistas destacam que essa política atinge diretamente programas estabelecidos pelo governo Biden, como o de reassentamento de cidadãos afegãos após a retirada das tropas americanas em 2021. A medida também reforça as ações anti-imigração defendidas por Trump desde o início de seu mandato, que incluem deportações em massa, emergência na fronteira com o México e propostas como a revogação da cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais.
Refugiados x Solicitantes de Asilo
Vale ressaltar a diferença entre refugiados e solicitantes de asilo: enquanto os refugiados são indicados ao Departamento de Estado por agências como a ONU e passam por um processo rigoroso de triagem antes de receberem autorização para viajar, os solicitantes de asilo chegam diretamente às fronteiras, muitas vezes sem documentação, e aguardam o processamento de seus pedidos.
A decisão do governo Trump coloca em risco a credibilidade internacional dos EUA em questões humanitárias e suscita preocupações sobre o futuro de milhares de pessoas que contavam com o país como um porto seguro. Até o momento, não foram divulgados detalhes sobre os motivos que levaram à antecipação da suspensão.