Na última segunda-feira (20), o bilionário Elon Musk gerou polêmica durante um comício de apoio ao ex-presidente Donald Trump, realizado em Washington, após a posse presidencial. O gesto feito pelo empresário, descrito como uma saudação nazista por historiadores e veículos internacionais, dividiu opiniões e provocou uma onda de críticas nas redes sociais.
Durante seu discurso na Capital One Arena, onde milhares de apoiadores de Trump estavam reunidos, Musk agradeceu à multidão por “permitir” o retorno do ex-presidente à Casa Branca. No entanto, foi o gesto que chamou atenção: o empresário bateu no peito com a mão direita e, em seguida, estendeu o braço com a palma aberta, repetindo o movimento em direção à plateia.
L’extrême droite, au pouvoir, c’est ça.
Résistez, militez, votez, avant qu’il ne soit trop tard. pic.twitter.com/nPmU0FGyGU
— Clémence Guetté (@Clemence_Guette) January 20, 2025
O gesto foi rapidamente classificado por alguns como um “sieg heil”, expressão associada ao regime nazista. A historiadora Claire Aubin, especialista em nazismo nos Estados Unidos, afirmou que a saudação era claramente identificável. Já Ruth Ben-Ghiat, historiadora reconhecida no estudo do fascismo, reforçou que se tratava de um gesto “agressivo e intencional”.
Nas redes sociais, Elon Musk reagiu com ironia às críticas. “Francamente, ataques do tipo ‘todo mundo é Hitler’ estão tão desgastados”, publicou em sua plataforma X, antiga Twitter.
Repercussão internacional
Veículos estrangeiros como o jornal israelense Haaretz e o britânico The Guardian também abordaram o episódio, descrevendo o gesto como uma saudação “fascista” ou “no estilo fascista”. Já a revista americana Wired destacou que grupos de extrema-direita nos Estados Unidos celebraram o ato, classificando-o como “incrível”.
Além disso, figuras públicas e organizações condenaram o gesto. Amy Spitalnick, líder da organização judaica JCPA, afirmou que Musk demonstrou, de forma explícita, seu apoio a políticas e partidos de extrema-direita. O bilionário tem sido criticado recentemente por declarações de apoio a líderes e partidos alinhados à extrema-direita, como o partido alemão AfD, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni e o partido britânico anti-imigração Reform UK.