O recifense Samuel de Saboia está com um novo trabalho na praça, mas não é pintura, escultura, vídeo nem performance. Desta vez, o artista plástico, famoso pelas artes visuais e obras em acervos internacionais, se apresenta ao mundo como cantor e compositor.
“Rei de Nada”, canção que antecipa seu primeiro álbum de estúdio, chega acompanhada de videoclipe e explora temas profundos como solidão, autodescoberta, liberdade e conquista. O disco completo virá a público em abril de 2025.
Para De Saboia, a letra autoral é um convite à aceitação da nossa própria complexidade e à ressignificação das escolhas e transformações que moldam quem somos hoje.
“Minha canção tem Pernambuco e Bahia, Londres e Paris. Rock psicodélico, percussão de terreiro, piano de igreja e vocais de primeira viagem”, descreve o recifense. “Minhas telas permitem que as pessoas cheguem até certo ponto do que sou, até uma vírgula; a música deixa ver o que tem depois das reticências”, desvela.
A sonoridade quase acústica foi construída com poucos instrumentos e sem muitos efeitos, para que ficasse em primeiro plano a sinceridade da letra. Samuel se inspira, ancorado em sua própria identidade, em artistas como Joni Mitchell, Luiz Melodia, Naná Vasconcelos, Nick Drake e os baianos Os Tincoãs e Gal Costa.
E tem ainda mais Bahia em “Rei de Nada”: o single nasceu durante o Carnaval de Salvador, enquanto ele trabalhava na produção de duas novas exposições e nas gravações de seu álbum. Em meio à folia, o artista reencontrou um amor de infância, enfrentou a perda de um amigo e lidou profundamente com sua espiritualidade. Assista:
Conheça Samuel de Saboia
Nascido em Recife, Pernambuco, em 1997, Samuel é um artista multidisciplinar que interage com diversas formas de arte – pintura, escultura, vídeo, performance e música –, desenvolvendo cuidadosamente uma linguagem interartes, em que os limites tradicionais de cada uma são explorados e colocados em constante diálogo. Desde 2022, é colaborador da Comme des Garçons e possui parcerias criativas com a Vogue Britânica e Balmain. Tem exposições em Zurique, Paris, Nova York, Marrakech, São Paulo, Cidade do México e Bruxelas. Em 2024, tornou-se o artista mais jovem a integrar a coleção do Los Angeles Contemporary Art Museum (LACMA).