Conexão Bahia-Paris: em alto mar, bloco na Lavagem do Bonfim homenageia Lavagem da Madeleine e promove filme sobre cortejo franco-baiano

Conexão Bahia-Paris: em alto mar, bloco na Lavagem do Bonfim homenageia Lavagem da Madeleine e promove filme sobre cortejo franco-baiano

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Maria Marques

Divulgação

Publicado em 14/01/2025 às 16:36 / Leia em 4 minutos

O filme “Madeleine à Paris”, dirigido pela baiana Liliane Mutti, finalmente chega à Bahia depois de rodar algumas cidades estrangeiras em importantes festivais internacionais de cinema.

Nesta quinta-feira (16), na Lavagem do Bonfim, a versão marítima do Bloco Carambola dá início aos trabalhos de divulgação do documentário, que entra oficialmente em cartaz nos cinemas baianos após o Carnaval. Mas, antes da folia, haverá um segundo pré-lançamento em Santo Amaro, durante a Festa da Purificação, no dia 30 de janeiro. As informações foram passadas com exclusividade ao Alô Alô Bahia.

Cartaz oficial do filme “Madeleine à Paris”, com data oficial de estreia nacional prevista para 20 de março de 2025 | Foto: Divulgação/Bretz Filmes

Para a escuna do Bloco Carambola, que parte do Bonfim rumo ao Comércio, a produção da OLA promete uma ode à diversidade, ao afrofuturismo e à cena queer, como forma de reverência ao multiartista baiano Roberto Chaves, personagem central do filme e idealizador da mais importante tradição afro-brasileira na Europa, a Lavagem da Madeleine, cortejo baiano que toma anualmente as ruas de Paris há pouco mais de duas décadas. 

Na programação, um pôr-do-sol nas águas da Baía-de-Todos-os-Santos ao som de uma setlist toda inspirada na trilha sonora de “Madeleine à Paris”. Ou seja, será um passeio musical entre Santo Amaro da Purificação e Paris. O público entrará em contato com uma seleção de hits baianos e franceses, concebida e executada pela DJ Nai Kiese. Os ingressos custam R$ 200, estão à venda pelo Sympla e dão direito a comes e bebes.

Na segunda etapa de pré-lançamento, em Santo Amaro, na última quinta (30) de janeiro, o filme será exibido gratuitamente na praça da Igreja Matriz, às 17 horas. Após os créditos subirem, acontecerá um show de Carlinhos Brown, figura carimbada na versão francesa da Lavagem do Bonfim. Também está confirmada a presença do próprio Robertinho, que é santamarense. A programação é gratuita e aberta ao público.

Carlinhos Brown agita a Lavagem da Madeleine por anos, em Paris | Foto: Reprodução/Heber Barros

O filme à Madeleine

“Madeleine à Paris” acompanha, por seis anos, os desafios e conquistas de um imigrante latino na Europa, o sonho de um artista, os limites e as superações da vida. As raízes transculturais tecem a trama que conta a caminhada de Roberto Chaves, entre luzes, plumas e paetês. A história desse personagem da vida real é mais do que um show, é um ato de resistência.

A cineasta Liliane Mutti, baiana radicada em Paris, posa ao lado de Roberto Chaves, mente por trás da Lavagem da Madeleine | Foto: Acervo pessoal

No longa, assistimos Robertinho como um orixá da Madeleine e, à noite, sua outra faceta, com sua fantasia, maquiagem e performance de arlequim, no Cabaré Paradis Latin, onde começou a trabalhar há 33 anos. O artista transita entre o tradicional catolicismo francês e sua origem de Axé, do recôncavo baiano, de quem cresceu sob a guarda e bênção de Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia. 

Entre uma edição da Lavagem e outra, ele regressa ao Brasil em busca de suas raízes familiares e espirituais. Suas vivências entre os dois países, entre o masculino e o feminino, o sagrado e o profano, fazem do filme um profundo mergulho em busca de identidade.

Tendo começado pela capital francesa, o documentário “Madeleine à Paris” já foi exibido em Bordeaux, nas cidades de Miami e Nova York, em São Paulo e até em Girona, na Espanha.

Sua distribuidora Bretz Filmes tem no catálogo outras grandes produções como “Vou Rifar Meu Coração” (2012), de Ana Rieper, “Terra Estrangeira” (1995), de Daniela Thomas e Walter Salles, “Dias Melhores Virão” (1989), de Cacá Diegues, “Edifício Master” (2002), de Eduardo Coutinho, e “Pasárgada” (2023), de Dira Paes.

Assista ao trailer:

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