Uma batalha judicial inédita está chamando a atenção nos Estados Unidos: as influenciadoras Sydney Nicole Gifford, de 24 anos, e Alyssa Sheil, de 21, disputam na justiça a propriedade da estética digital conhecida como “sad beige”. A controvérsia envolve tons neutros e um estilo minimalista amplamente utilizado em conteúdos de moda, decoração e estilo de vida nas redes sociais.
Sydney processou Alyssa em abril de 2024, alegando que a colega copiou sua identidade de marca, construída ao longo de cinco anos. A petição, apresentada a uma corte distrital no Texas, reúne mais de 60 páginas de supostas evidências, incluindo comparações de roupas, acessórios, poses e até enquadramentos fotográficos. A ação aponta violação de direitos autorais, apropriação indevida e interferência em relações comerciais, entre outras acusações.
Alyssa nega o “copia e cola”, afirmando que desenvolveu seu conteúdo de maneira independente e classificando o caso como um “precedente preocupante”. Seus advogados argumentam que permitir tal controle sobre elementos como cores e tipos de fotografia pode impactar negativamente o mercado digital.
A estética “sad beige”, caracterizada pelo uso de tons terrosos e texturas sóbrias, surgiu como uma tendência em roupas infantis, mas rapidamente ganhou popularidade entre influenciadores digitais. No Instagram, a hashtag #sadbeige reúne mais de 12 mil publicações. Ambas as influenciadoras utilizam esse estilo para promover produtos na Amazon, principal fonte de renda para as duas.
Apesar do conflito atual, Sydney e Alyssa já trabalharam juntas em um ensaio fotográfico em 2023, após se conhecerem no Texas. Segundo Sydney, o bloqueio repentino de Alyssa nas redes sociais marcou o início do distanciamento entre as duas. A decisão de processar Alyssa veio após seguidores de Sydney apontarem possíveis plágios.
Em novembro de 2024, o juiz magistrado Dustin Howell rejeitou parte das queixas apresentadas por Sydney, mas autorizou que o caso siga com base nas acusações de violação de direitos autorais e apropriação indevida. O julgamento será conduzido pelo juiz distrital Robert Pitman e ainda não tem data definida.