A jornalista Natuza Nery, da GloboNews, foi alvo de ameaças em um supermercado na capital paulista, na noite do dia 30. O autor da abordagem, identificado como Arcênio Scribone Junior, é investigador da Polícia Civil de São Paulo. Ele teria afirmado que “pessoas como ela deveriam ser aniquiladas”, segundo relato registrado em boletim de ocorrência. O policial, por sua vez, nega a acusação e sustenta que apenas fez “uma crítica ao trabalho da jornalista”.
O caso está sendo investigado pela Corregedoria de Polícia.
De acordo com o relato de Natuza, Arcênio a abordou sozinho no corredor do supermercado e, após confirmar sua identidade, passou a proferir ofensas. Surpresa com a situação, a jornalista o seguiu até o caixa para identificá-lo. Lá, ele estava acompanhado da esposa, que chegou a repreendê-lo pelas ofensas. A jornalista acionou a polícia, mas antes da chegada dos agentes, o homem teria dito a outras pessoas no local que apenas expressou insatisfação com o trabalho da profissional.
No momento em que Natuza tentava registrar a ocorrência, descobriu-se que o autor das ameaças era um policial civil, o que transferiu o caso para a Corregedoria. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que Arcênio foi afastado das funções operacionais nesta segunda-feira (3).
Em nota, a Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado para apurar a acusação e que diligências já estão sendo feitas para coletar imagens e depoimentos de testemunhas no estabelecimento.
Após o ocorrido, Arcênio apagou seus perfis em redes sociais. No entanto, capturas de tela obtidas pelo jornal O Globo revelaram que ele havia feito postagens após as eleições de 2022 com ataques à imprensa, ao Judiciário e às Forças Armadas. Em algumas dessas publicações, ele elogiava manifestações antidemocráticas e questionava o sistema eleitoral brasileiro.
A Corregedoria da Polícia Civil também abriu uma investigação administrativa contra o investigador, que pode resultar em seu afastamento definitivo
