O Brasil registrou, em 2024, a temperatura média anual mais alta desde o início das medições em 1961, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com uma média de 25,02°C, o ano superou todos os recordes anteriores, confirmando dados preliminares divulgados até novembro.
Veja gráfico abaixo:
O desvio médio de temperatura foi de 0,79°C em relação à série histórica de 1991 a 2020. Essa elevação é atribuída a fatores como mudanças climáticas globais e eventos meteorológicos, como o El Niño, que intensificaram o aquecimento de oceanos e continentes.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, que coordena o Inmet, há uma tendência estatisticamente significativa de aumento nas temperaturas médias ao longo das últimas décadas. “Esse aquecimento pode estar associado tanto ao aumento da temperatura global quanto a mudanças ambientais locais”, destacou o órgão em comunicado.
Impacto do El Niño e a ausência de La Niña
O fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, teve papel central no aumento das temperaturas em 2024. Já o La Niña, que provoca o resfriamento das águas e influencia a queda de temperaturas no Brasil, mostrou-se menos relevante nos últimos anos, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
No Brasil, o La Niña geralmente provoca chuvas mais intensas no Norte e Nordeste, enquanto reduz a precipitação no Sul e Centro-Oeste. Também contribui para temperaturas mais amenas, mas sua influência tem se enfraquecido, deixando o país ainda mais exposto às mudanças climáticas globais.
Calor extremo sem precedentes
O Brasil não é um caso isolado. Dados do observatório europeu Copernicus, ligado à União Europeia, indicam que 2024 será o ano mais quente da história da humanidade. Os pesquisadores afirmam que os últimos 12 meses superaram marcas estabelecidas há mais de 125 mil anos, com base em análises científicas de registros geológicos e ambientais.
Com novembro registrado como um dos meses mais quentes já documentados, os cientistas concluíram ser impossível que 2024 não ultrapasse 2023 como o ano mais quente globalmente.