Tragédia anunciada: ponte que desabou apresentava problemas e não passava por maiores reparos há quase 30 anos

Tragédia anunciada: ponte que desabou apresentava problemas e não passava por maiores reparos há quase 30 anos

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações do g1

Francisco Sirianno/Grupo Mirante

Publicado em 26/12/2024 às 07:45 / Leia em 3 minutos

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que servia de travessia entre os estados de Tocantins e Maranhão, também atendia o corredor Belém-Brasília desde a década de 1960, quando foi inaugurada. A estrutura, que desabou deixando mortos, feridos e desaparecidos no último final de semana, apresentava diversos problemas e não passava por maiores reparos há quase 30 anos, desde 1998.

Segundo documentos de inspeção feita em 2019 feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), houve uma recuperação estrutural entre 1998 e 2000, segundo o g1. Em resposta, a autarquia afirmou que, atualmente, as Obras de Arte Especiais (OAE) possuem classificação de notas 1 a 5, com base nas inspeções. A ponte tinha classificação 2, ou seja, teria que ser priorizada para obras de intervenção, apesar de não necessariamente imediata.

Ainda de acordo com o DNIT, em 2021, foram feitos reparos nas vigas, laje, passeios e pilares da estrutura. Este ano, foi aberto um edital de aproximadamente R$ 13 milhões para reparos mais severos. O contrato previa elaboração dos estudos preliminares, projeto básico e executivo de engenharia e execução das obras de reabilitação da ponte, mas nenhuma empresa venceu o certame, já que não atestavam habilitação para a execução dos serviços.

O departamento ainda não divulgou as causas do colapso da estrutura, que tem 533 metros de metros de extensão. O incidente aconteceu no começo da tarde de domingo (22), quando pelo menos dez veículos de pequeno e grande porte transitavam pela ponte. Até quarta-feira (25), foram encontrados seis corpos e 11 pessoas seguiam desaparecidas.

Entre os veículos, havia quatro carretas, duas delas com mais de 70 toneladas de ácido sulfúrico e uma com agrotóxicos, que deixaram a região em alerta por conta da qualidade da água do Rio Tocantins após o incidente.

O DNIT fez um estudo detalhado sobre a ponte em 2019, concluído em janeiro de 2020. Nele , diversos apontamentos e recomendações são feitos para a manutenção da segurança do trecho. O documento cita a reforma e a troca do pavimento de concreto por asfalto em 1998, mas apontava que, com o passar do tempo, havia irregularidades de nível no trecho, além de fissuras nos pavimentos; rupturas em materiais no vão da estrutura; segregação no concreto; danos e armaduras expostas, além de manchas de infiltração.

Na segunda-feira (23), o Ministro dos Transportes Renan Filho anunciou a reconstrução da ponte no prazo de um ano, com investimento entre R$ 100 a R$ 150 milhões.

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