O pistache, conhecido desde a antiguidade como um dos “melhores produtos da terra”, tem conquistado um lugar de destaque nas vitrines brasileiras. Embora a planta seja nativa do Oriente Médio, foi nos Estados Unidos, principalmente na Califórnia, que o cultivo se expandiu de forma significativa, fazendo do país líder mundial em produção.
O Brasil, que não produz pistache, registrou um aumento de 80% nas importações do produto em 2024, com 85% dessa quantidade vindo dos EUA.
Esse crescimento de consumo no Brasil está ligado a uma série de campanhas promocionais desenvolvidas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), desde 2020, para aumentar a visibilidade do pistache no país.
Participação em feiras, parcerias com chefs e restaurantes e até aulas de culinária com influenciadores têm impulsionado o consumo da noz. O resultado: em 2024, o pistache se tornou o sabor favorito de consumidores de diversas regiões do Brasil, especialmente agora, durante as festas de fim de ano.
O sucesso da noz se deve, em parte, à sua versatilidade, sendo utilizada em sorvetes, bolos e panetones, além de ser uma alternativa nutritiva e saborosa. Na Bacio di Latte, uma das maiores redes de sorveterias do Brasil, o pistache é o sabor mais vendido desde a inauguração da primeira loja, em 2011. O diretor de marketing, Fábio Medeiros, em recente entrevista à BBC, afirma que, nos últimos três anos, o volume de pistache vendido praticamente quadruplicou.
Enquanto o Brasil experimenta essa febre, a Califórnia continua a expandir suas plantações de pistache, com previsão de atingir o pico de produção até 2028. O produto tem se mostrado uma opção rentável e resistente ao clima seco e quente, características que favorecem seu cultivo na região.
A indústria americana, que representa mais de 60% da produção global de pistache, aposta na promoção de benefícios à saúde e no apelo da noz como uma proteína completa e rica em antioxidantes. No Brasil, o pistache já deixou de ser uma novidade sazonal e passou a fazer parte da dieta ao longo do ano, não apenas nas festas de Natal.
Enquanto isso, por aqui, projetos como a criação de plantações de pistache no Ceará podem, futuramente, reduzir a dependência das importações. A tendência é que o pistache continue ganhando espaço, seja pelo marketing ou pelo sabor único que conquistou os paladares dos brasileiros.