Roberta Miranda admite ter escondido ser pansexual após promessa à mãe e relembra primeira paixão por mulher

Roberta Miranda admite ter escondido ser pansexual após promessa à mãe e relembra primeira paixão por mulher

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com
Publicado em 23/12/2024 às 11:38 / Leia em 3 minutos

Aos 68 anos, Roberta Miranda, lançou “Um Lugar Todinho Meu”, sua autobiografia. Em meio às páginas, chama a atenção o relato da cantora sobre ser pansexual. Ela recordou as dificuldades que enfrentou para falar publicamente sobre a orientação sexual. No leito de morte de sua mãe, a artista fez uma promessa a ela, dizendo que jamais tornaria pública sua sexualidade, objeto de conflitos internos e com a rejeição de familiares.

“Naquela época, tudo era muito escondido, carreiras eram destruídas por conta de escândalos sexuais. Sim, porque ser gay era um escândalo, e, se hoje ainda somos o país que mais mata pessoas LGBTQIA+, há 40 anos ainda era bem mais perigoso”, escreveu. “Sofri muito e precisei de anos de análise e apoio de pessoas próximas para entender que podia, sim, falar disso sem trair a promessa feita à minha mãe”, confessou a sertaneja.

“Os tempos mudaram e, se quero contar minha verdade neste livro, não posso esconder uma parte importante de quem sou. E tenho certeza de que minha mãe, lá de cima, está abençoando minha decisão de dividir antigos segredos com os fãs, que tanto me apoiam, e merecem me conhecer por inteiro”, complementa Roberta Miranda.

A reflexão surgiu quando a artista citou a primeira paixão por uma mulher. Ela era amiga de Vanda, com quem desenvolveu uma relação platônica. Na época, ainda adolescente, Roberta tinha um namorado, conhecido pela família, mas que não podia frequentar sua casa. Já a amiga, Vanda, estava frequentemente lá – até dormiam juntas. Para complicar ainda mais a confusão de sentimentos, Roberta se deu conta de que seu próprio pai também estava interessado na mesma mulher.

“Na mesma cama que eu, inclusive, mas sem sexo, só um carinho bem puro. Mesmo assim, me vi apaixonada por ela, mesmo sem saber como lidar com isso. E, como desgraça pouca é bobagem, percebi que meu pai também estava de olho nela. Essa era a época em que ele me batia, eu fugia, ele se arrependia e eu voltava. Logo eu estava na rua, e tempos depois a ida para Campo Grande funcionou na minha cabeça como um distanciamento para que ele ficasse à vontade para se relacionar com ela. Esse era o tanto que eu o amava, mas também mostra a falta de noção que eu, sendo vítima como tantas outras de familiares abusivos, tinha do absurdo que era um adulto ter interesse em uma menina, da idade da filha dele. Anos depois, perguntei a Vanda se ela tinha tido algo com meu pai e ela negou”, relatou.

Roberta chegou a se sentir à vontade para comunicar à família o seu interesse por mulheres, mas logo foi repreendida.

“Esse amor por outra menina foi mais um motivo de crise na família. Minha mãe ficou doente e me culpou, dizendo que Deus a estava punindo por minha safadeza. Meu pai ficou ainda mais agressivo, não sei se por saber que eu gostava de menina ou se o problema era ser a mesma por quem ele estava interessado. Mesmo eu já fora de casa, era um inferno a mais na minha vida, que já estava bem turbulenta sem nada disso”, completou Miranda.

Compartilhe

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia