O vice-presidente de operações da Fraport Brasil, Edgar Nogueira, garantiu, em audiência pública na Câmara, que no dia 16 de dezembro o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, volta a operar normalmente. De 3 de maio a 21 de outubro, o terminal da capital gaúcha ficou fechado em consequência das enchentes que devastaram o estado no início do ano. A Fraport é a concessionária que opera o aeroporto Salgado Filho.
Edgar Nogueira relatou que, em outubro, o aeroporto voltou a funcionar parcialmente, com cerca de 70% da capacidade. Segundo disse, antes dos alagamentos, o terminal operava com 170 movimentos de aeronaves por dia e atualmente conta com 116 movimentos.
Ele anunciou a retomada dos voos internacionais com a volta das operações normais. “A Copa, por enquanto, é a primeira operação, que já ocorre no dia 19. Então nós voltamos para a nossa capacidade plena, em termos de movimento de pista, de 36 movimentos por hora, e uma média prevista de 140 movimentos por dia.”
Crédito extraordinário
A representante do Ministério de Portos e Aeroportos Júlia Lopes explicou que o governo federal aprovou duas destinações de créditos extraordinários para retomar o transporte aéreo para o Rio Grande do Sul.
Em junho, foram destinados R$ 6 milhões para a Fraport fazer adaptações na Base Aérea de Canoas, que recebeu parte do tráfego aéreo de Porto Alegre, enquanto o aeroporto permaneceu fechado. Em setembro, o governo aprovou o envio de mais R$ 425,9 milhões para a reconstrução do aeroporto Salgado Filho.
“Isso foi bastante discutido, se a concessionária teria direito, se não teria, se estaria presente na matriz de risco do contrato de concessão, mas o ministério e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) entenderam a urgência dessa reconstrução e deixamos essa análise de mérito um pouco mais para a frente”, explicou.
Segundo Júlia, processos de reequilíbrio econômico e financeiro de contratos duram em média um a dois anos. “A Anac conseguiu, de forma inédita, tomar essa decisão e permitir que o ministério fizesse a solicitação do crédito extraordinário”, completou.
Prejuízos
De acordo com o representante da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul Rafael Carniel, a estimativa é que o fechamento do aeroporto cause prejuízo de R$ 2,5 bilhões ao setor de turismo. Carniell destacou que somente a Serra Gaúcha representa cerca de 30% do movimento do aeroporto Salgado Filho, já que seria o segundo destino turístico mais procurado do Brasil.
Para a indústria gaúcha, o impacto estimado com o fechamento do Salgado Filho é de R$ 10 bilhões, segundo o representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Diogo Bier.