Salvador recebeu, na última semana, o lançamento nacional da Wini.IA, a primeira inteligência artificial afroreferenciada do Brasil, durante o Festival Afrofuturismo. A estreia internacional do projeto aconteceu no WebSummit, em Lisboa, consolidando a plataforma desenvolvida pela startup Biografia Preta como uma referência global em edtechs. Através de blockchain, curadoria de conteúdo e IA regionalizada, a iniciativa oferece uma experiência educativa imersiva, permitindo aos usuários interagir com personalidades históricas afro-brasileiras, como Maria Filipa, Luiz Gama e Machado de Assis.
Disponível gratuitamente através do www.biografiapreta.com.br, a Wini.IA é composta por três pilares principais, sendo eles Inteligência Artificial Afroreferenciada, que fornece respostas baseadas em saberes afro-brasileiros e promove a interação com perfis regionalizados; Biblioteca de Biografias, com informações validadas por pesquisadores negros para garantir a autenticidade histórica; e Metaverso Afroreferenciado, um espaço virtual inovador que complementa a plataforma. O projeto tem como objetivo apoiar a implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tornam obrigatória a inclusão de temas afro-brasileiros e indígenas nos currículos escolares.
“Nós entendemos que Salvador foi parte da construção, foi o início da construção da história negra no Brasil, a história afrodiaspórica. Então trazer, reviver essas histórias, fazer com que as pessoas tenham a possibilidade de interagir com nossas plataformas e através da nossa plataforma, ter outras perspectivas do que a perspectiva do colonizador, isso é uma grande felicidade. E também é importante para a Biografia Preta como negócio, porque nós entendemos que Salvador com certeza vai ser um grande espaço que nós conseguiremos levar ao plataforma para as escolas, instituições educacionais e outros lugares”, comenta Leo Oliveira, um dos sócios e fundadores da Biografia Preta. Ele destaca ainda que que a ideia é expandir para o resto do país, já que a história afrodiaspórica está no mundo. “Ela não está apenas em Salvador, não está apenas no Brasil, em São Paulo, mas em todos os lugares onde houve a migração afrodiaspórica, existe a história negra, então nós queremos recuperar essa história, para que as pessoas tenham esse contato e tenham essa proximidade”, completa.