O dólar abriu o dia em alta nesta quinta-feira (28) e bateu R$ 6 pela primeira vez na história. Às 14h, o dólar estava cotado a R$ 5,9960. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0029. Investidores seguem atentos ao pacote de corte de gastos e da isenção do Imposto de Renda, anunciado com detalhes pelo governo federal.
As medidas, anunciadas por Haddad em pronunciamento em rede nacional, preveem corte de gastos de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026. O governo também propôs isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o mercado financeiro, apesar de cumprir com a economia esperada, o anúncio é visto como um possível alto custo para o governo. Um dos principais motivos da desvalorização acentuada do real há semanas é o aumento da cautela dos investidores em relação às contas públicas brasileiras. Entende-se que quando os gastos públicos estão elevados, há uma desconfiança do mercado da capacidade do país de arcar com suas dívidas.
Segundo economistas, a estimativa é que a medida de isenção do IR, se aprovada, poderá custar R$ 40 bilhões por ano aos cofres públicos, o que acabou sendo um banho de água fria, em um dia que poderia ser marcado pelo pacote de contenção de despesas e não pelo aumento considerável nos gastos do governo. De acordo com Haddad, no entanto, o impacto deve ser compensado por medidas de taxação dos mais ricos.
