Fotógrafo brasileiro é premiado em concurso internacional da ONU

Fotógrafo brasileiro é premiado em concurso internacional da ONU

Redação Alô Alô Bahia

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Luana Veiga

Mai Katz

Publicado em 25/11/2024 às 10:49 / Leia em 3 minutos

Com o ensaio “Orixás”, que destaca as divindades do Candomblé com todas as suas vestes, adornos e indumentárias usadas nas obrigações e festas cíclicas do terreiro, o fotógrafo André Fernandes é o representante do Brasil no Concurso Internacional de Arte para Artistas Minoritários. O projeto é organizado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e visa destacar o trabalho de artistas defensores dos direitos humanos. A cerimônia de premiação acontece nesta terça-feira (26), a partir das 15h (horário de Brasília), no Centro de Artes da Escola Internacional de Genebra, na Suíça.

No evento, o artista receberá o prêmio de menção honrosa, concedido por um painel de cinco juízes que destacaram a qualidade da obra e a relevância dos temas abordados para ampliar a conscientização e a compreensão dos direitos de minorias. Ao todo, oito artistas foram escolhidos em todo o mundo, atuantes de diversas áreas da arte. “Enquanto artista, essa é uma grande oportunidade de usar a arte para falar do Candomblé, para atingir mais gente e lançar luz sobre a beleza que é o Candomblé. É uma honra poder representar a Bahia e o Brasil em um espaço tão relevante para os Direitos Humanos, na capital humanitária do mundo. Então, dar visibilidade internacional para essas narrativas é uma forma de reverenciar as nossas memórias ancestrais”, comemora André.

Além da cerimônia de premiação, o fotógrafo também participa de uma série de atividades entre os dias 25 de novembro e 1º de dezembro. Também está programado para acontecer uma exposição de arte para celebrar a sua trajetória artística, juntamente com outros artistas laureados. Além da mostra, também acontece o lançamento do catálogo da premiação e a organização de eventos e reuniões sobre arte, cultura e direitos humanos em nível internacional.

Imaginar que estarei, durante sete dias, participando de diversos eventos e reuniões sobre arte, cultura e direitos humanos em nível internacional; que vou conhecer pessoas com histórias tão potentes nessa jornada e ter a oportunidade de participar da 17ª sessão do Fórum das Nações Unidas para Minorias, no Palácio das Nações, é muito gratificante. Eu acredito que, na minha volta, terei um olhar ainda mais apurado sobre esses temas, e uma responsabilidade de passar isso adiante”, reforça Fernandes.

O fotógrafo ressalta que trabalhar temas relacionados à ancestralidade e memória afrodescendente é importante, principalmente no combate a estigmas. “Todas as pessoas têm o direito de manifestar a sua fé, conceito amplamente defendido pela ONU na iniciativa chamada ‘Fé por Direitos’, de 2017. Então, ‘Orixás’ aborda temas relacionados à memória, ancestralidade e identidade. Além de preservar a memória afrodescendente, as fotografias possibilitam acender o debate e a reflexão sobre o Candomblé, tendo em vista que quanto mais gente estiver falando e desmistificando o tema, menos o preconceito existirá sobre a cultura e suas peculiaridades”, conclui.

 

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