Soberano do maior grupo étnico da Angola, o Reino de Bailundo, o rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI fez sua primeira visita a Salvador, na Bahia.
Durante a agenda oficial, o monarca esteve neste domingo, 24 de novembro, no MUNCAB (Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira), onde visitou a exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”.
A agenda, segundo os organizadores, ocorre para celebrar os profundos laços históricos e culturais angolanos com Salvador, “cidade que carrega o cordão umbilical fora da África”.
O soberano compartilhou reflexões sobre o intercâmbio entre os dois povos. “A história nos une e a ancestralidade nos une, razão pela qual viemos aqui para a Bahia. Realmente, estamos a gostar de estar aqui. Esse espaço [MUNCAB] é muito bonito”, disse.
A presença do monarca no MUNCAB reforça a conexão histórica e cultural entre Angola e Brasil. A exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo” celebra essa herança compartilhada, destacando a influência dos povos banto na formação cultural de Salvador.
“A narrativa expográfica é uma celebração da resistência e criatividade angolana que moldaram a identidade de Salvador. Essa mostra destaca como a espiritualidade, os saberes e as práticas culturais trazidos por africanos, em especial do povo banto, oriundos de Angola, Congo e Moçambique, transformaram Salvador na capital afrodescendente do mundo”, explicou a curadora do projeto Jamile Coelho, diretora-artística do MUNCAB, ao monarca.
Ekuikui VI foi recepcionado pelos atabaques do percussionista local Gabi Guedes e recebeu uma escultura de Iemanjá assinada pelo artista Mário Vasconcelos. A passagem foi acompanhada por Luandino Carvalho, adido cultural da Embaixada de Angola no Brasil e diretor da Casa de Angola na Bahia, do sacerdote Doté Amilton e da artista plástica Annia Rízia.
Ekuikui VI
Aos 39 anos, o rei Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI é o 37º soberano do reino subnacional do Bailundo, localizado na região central de Angola. O Reino do Bailundo foi Estado pré-colonial africano dos povos Ovimbundos e surgiu no Planalto Central de Angola em meados de 1700. O rei Ekuikui VI é formado em Direito, além de ser poliglota: fala quatro línguas, sendo uma delas o Umbundu, língua oficial do Reino do Bailundo. O rei ainda tem fluência nas línguas francesa, portuguesa e inglesa.