Uma pesquisa do Datafolha revelou que 60% das pessoas que se autodeclaram pardas no Brasil não se consideram negras, enquanto 40% afirmam o contrário. Entre os que se declaram pretos, 96% se identificam como negros, e 4% dizem não se ver dessa forma.
O levantamento, realizado entre os dias 5 e 7 de novembro com 2.004 pessoas em 113 municípios, apontou também que 65% dos brasileiros enxergam a categoria negra como a soma de pretos e pardos. Entre os pardos, esse índice é de 67%, e, entre os pretos, sobe para 77%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais no total da amostra.
A pesquisa destacou ainda a percepção de discriminação racial: 17% dos pardos relatam já ter sofrido preconceito pela cor da pele, enquanto o índice é de 56% entre os pretos e 7% entre os brancos.
No último Censo do IBGE, divulgado no ano passado, os dados revelaram que a população parda superou a branca pela primeira vez na história, tornando-se o maior grupo racial do Brasil, com 45,3% dos habitantes. Na Bahia, estado com 79,7% de sua população composta por pretos e pardos, o impacto dessa composição é notório. Salvador, reconhecida como a cidade com maior população negra fora da África, tem pelo menos dez bairros onde mais de 90% dos moradores se identificam como pretos ou pardos.