Uma batalha judicial e embates públicos entre membros da influente família Valadão, fundadora da Igreja Batista da Lagoinha, movimentam o cenário gospel no Brasil. O foco das tensões recai sobre a disputa pelo uso do nome “Lagoinha” entre André Valadão, atual líder da igreja, e o cunhado Felippe Valadão, que comanda a Igreja Lagoinha de Niterói ao lado da esposa, Mariana Valadão.
André acionou a Justiça alegando uso indevido da marca, argumentando que a permissão para a coexistência dos nomes expirou em 2022. Segundo ele, o uso do nome pela congregação de Niterói pode causar confusão entre os fiéis. Felippe, por sua vez, sustenta que sempre contou com o consentimento de André e aponta que o líder participou de eventos em sua igreja.
A polêmica dividiu a família. Ana Paula Valadão, irmã de André e Mariana, manifestou apoio público à irmã em um culto fervoroso, onde afirmou: “Eu sou mãe dessa casa! Eu sou mãe dessa cidade! Eu sou mãe dessa nação!” No entanto, a transmissão do culto foi abruptamente cortada, levando a especulações de censura. O marido de Ana Paula, Gustavo Bessa, insinuou boicote: “A mensagem foi poderosa, mas cortaram a transmissão e deletaram a mensagem. Tempos estranhos”.
Se tem alguém no Brasil que pode falar essas coisas, é a Ana Paula Valadão. Para bons entendedores, isso basta: é uma vida de entrega pela Lagoinha e pelo país. pic.twitter.com/6m2Fei6sOU
— 𝐭𝐡𝐢𝐚𝐠𝐨 𝐦𝐞𝐧𝐝𝐞𝐬 (@thiagomendds) November 17, 2024
Essa não é a primeira vez que André Valadão enfrenta controvérsias. Em 2022, declarações feitas durante um culto em Orlando, nos Estados Unidos, foram amplamente criticadas por serem consideradas hostis à comunidade LGBTQIA+. “Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso, agora está com vocês’”, declarou Valadão, na época.
André Valadão, no entanto, justificou suas falas, alegando terem sido mal interpretadas e que sua intenção era “resgatar a humanidade para sua verdadeira essência”.
A fala gerou repercussões legais, com o Ministério Público Federal abrindo uma investigação por possível prática de homofobia. Desde 2019, a homofobia é equiparada ao racismo no Brasil, passível de punições severas.