1º de agosto: Presidente Lula sanciona lei que cria o Dia Nacional do Maracatu

1º de agosto: Presidente Lula sanciona lei que cria o Dia Nacional do Maracatu

Redação Alô Alô Bahia

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Agência Gov

Publicado em 13/11/2024 às 08:38 / Leia em 4 minutos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta terça-feira (12), o projeto de lei (PL) nº 7133/2017, que cria o Dia Nacional do Maracatu, a ser comemorado anualmente em 1º de agosto. Uma das manifestações culturais mais populares e tradicionais do estado de Pernambuco, o maracatu envolve ritmo musical, dança e vestimentas.

“O dia de hoje muda, definitivamente, a compreensão e a visão que a gente tem dessa arte cultural do nosso povo brasileiro, que é o maracatu. Significa que o Estado tem que assumir a responsabilidade de fazer com que isso chegue aonde nunca chegou e que seja visto por quem nunca conseguiu ver”, ressaltou o presidente em cerimônia de sanção do PL, no Palácio do Planalto.

Lula pontuou que o Governo Federal assumiu o compromisso de transformar o 1º de agosto no Dia do Maracatu em todo o território nacional. “Precisamos transformar o maracatu numa arte de conhecimento de todo o povo brasileiro”, afirmou. A data destaca a relevância dessa manifestação cultural como parte fundamental da identidade brasileira e reforça seu valor enquanto símbolo de resistência e preservação das tradições afro-brasileiras.

A proposta é de autoria da então deputada federal Luciana Santos, atual ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação. “É uma das manifestações populares mais importantes do Nordeste. A instituição dessa data nacional nos ajuda a visibilizar e fortalecer o maracatu nação e maracatu rural, conhecido também como baque virado e baque solto, e o trabalho dos nossos fazedores de cultura, que são guardiões e construtores da nossa identidade”, disse Luciana Santos.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também destacou a importância da sanção do projeto de lei. “Esse dia é um marco que nos convida a celebrar, preservar e valorizar essa manifestação rica da história de resistência e identidade. O maracatu é muito mais do que uma dança, é um grito, é uma celebração da cultura popular brasileira, que traz consigo a memória dos nossos ancestrais. Ela une comunidades, resgata tradições e alimenta a alma de quem participa e de quem assiste”, declarou.

A data, que já era celebrada em Pernambuco desde 1997, homenageia o nascimento do mestre Luís de França, que comandou o tradicional Maracatu Leão Coroado por 40 anos. O grupo, fundado em 1863, é o mais antigo maracatu em atividade ininterrupta no Brasil.

O maracatu tem suas origens no período colonial, entre os séculos XVII e XVIII, como uma reinterpretação das coroações de reis e rainhas do Congo, adaptada pelos africanos escravizados. Ao longo do tempo, a manifestação incorporou elementos de culturas ameríndias e europeias, refletindo a miscigenação característica da formação cultural do Brasil. Seus primeiros registros datam de 1711, com maior presença nas cidades de Recife, Olinda e outras localidades da antiga capitania de Pernambuco.

Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o maracatu se divide em duas vertentes. O maracatu nação tem uma forte ligação com religiões de matriz africana e é marcado por cortejos que evocam coroações simbólicas. Já o maracatu rural, associado ao ciclo canavieiro, destaca-se nas comemorações do Carnaval e da Páscoa, com o Caboclo de Lança como figura central.

Embora suas raízes estejam fincadas em Pernambuco, a influência do maracatu se espalhou pelo Brasil e pelo mundo, inspirando grupos percussivos em países como Canadá, França, Japão, Escócia e Alemanha. A musicalidade vibrante, a estética imponente e os símbolos presentes nas apresentações fazem do maracatu um espetáculo cultural de grande impacto, especialmente durante o Carnaval, seu momento de maior expressão.

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