‘Desejo de nos tornar um bloco afro também’, revela líder do Afrocidade antes de show inédito na Senzala do Barro Preto

‘Desejo de nos tornar um bloco afro também’, revela líder do Afrocidade antes de show inédito na Senzala do Barro Preto

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Maria Marques

Divulgação/Lana Pinho

Publicado em 06/11/2024 às 12:36 / Leia em 3 minutos

A Afrocidade vai soprar as dez velinhas do Afrobaile, nesta sexta-feira (8), em cima de um dos palcos mais respeitados de Salvador: a Senzala do Barro Preto. Sob as bençãos do Ilê Aiyê que, por coinciência ou predestinação, completou meio século uma semana antes, na sexta (1º), a banda percussiva faz a festa em mais uma edição do projeto, estrelado pelos convidados Jau, O Kannalha, Sued Nunes, Yan Cloud e Zamba, a partir das 21 horas, no Curuzu. Os últimos ingressos podem ser adquiridos on-line.

Eric Mazzone, líder da big band, define a sintonia de datas comemorativas com o Mais Belo dos Belos como uma “aláfia”. No jogo de búzios, aláfia, em iorubá, é o nome dado à queda de quatro búzios abertos, uma indicação de bons augúrios, de caminhos abertos.

“Realizar o Afrobaile em um solo sagrado como a Senzala do Barro Preto no mês e no ano em que o Ilê completa 50 anos de existência é uma demonstração do universo que a gente permanece no caminho certo e precisa continuar com nossa missão“, reflete Eric em conversa com o Alô Alô Bahia. Ele acredita que o esforço receber tantos artistas reafirma o propósito da Afrocidade de integrar gerações e linguagens artísticas, “todas oriundas da diáspora africana”.

Com a incrível marca de mais de trinta Afrobailes, Fernanda Maia, voz feminina da Afrocidade, relembra que o projeto surgiu “com a ideia da gente conseguir ter um espaço pra tocar, já que ninguém chamava”. “E hoje o Afrobaile é um conceito, né? As pessoas pensam, sabem e esperam do Afrobaile um espaço de acolhimento“, avalia ela. Para a musicista, a edição que ocorreu após a pandemia, no Pelourinho, com a presença do Afoxé Filhos de Gandhy é digna de nota por tudo que representou à época: a mensagem de paz e o arrefecimento da energia de desolação geral diante da doença desconhecida.

Mazzone vai além e revela, em primeira mão, que o grupo tem a intenção de seguir os passos do Mais Belo dos Belos. Com o show na casa do Ilê, a banda se aproxima cada vez mais do sonho de ser um bloco afro multiarticulado. “A Afrocidade surgiu com o desejo de se tornar uma espécie de bloco afro. De futuramente ter uma sede, de poder realizar ações para além de fazer um som nos palcos. A gente sempre acreditou na música como um meio de transformação. Como um entretenimento também, mas com os dois pés no fundamento, buscando trazer mensagens que toquem as pessoas, e as façam refletir sobre suas origens, os problemas sociais – e que se divirtam“, justifica ele.

Em setembro, a banda percussiva de Camaçari se amarrou a um dos maiores grupos de percussão baiana, a Timbalada, em um duo que deu em um dos shows mais elogiados do Coala Festival, em São Paulo. A influência dos timbaus vem desde o EP de estreia da Afrocidade, “Cabeça de Tambor” (2016), iluminado pelo clássico “Cada Cabeça É Um Mundo” (1994). Eles se reencontram no palco do Festival de Artes de São Cristóvão, em Sergipe, no dia 29 de novembro.

E sobre o ombro de gigantes, a big band tem gradualmente ficado mais big. “Tem ficado evidente que o nosso caminho é estar próximo desses desses grupos já consolidados, que abriram os caminhos para a gente chegar”, reconhece Eric Mazzone.

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