A programação do Novembro Negro na Bahia teve início nesta terça-feira (5) com um evento especial no Colégio Estadual de Tempo Integral Zumbi dos Palmares, em Salvador. Na ocasião, o governador Jerônimo Rodrigues regulamentou a Lei Moa do Katendê, destinada à preservação e incentivo da capoeira, e lançou o projeto Capoeira nas Escolas. Além disso, foram inauguradas as obras de ampliação e modernização da unidade escolar, com um investimento de R$ 9,2 milhões.
Durante a cerimônia, Jerônimo ressaltou a importância das ações voltadas para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial. “Nós abrimos hoje, oficialmente, o Novembro Negro, todo um conjunto de ações promovidas pelo Governo do Estado, por prefeituras e pelos movimentos que respeitam e lidam com a temática da situação de racismo neste país”, declarou o governador.
A Lei Moa do Katendê, publicada nesta quarta-feira (6) no Diário Oficial do Estado, visa inserir a prática da capoeira no currículo das escolas públicas, preservando essa expressão cultural fundamental para a identidade baiana. Emocionada, Somonair Katendê, filha do mestre homenageado, destacou a relevância da iniciativa para manter vivo o legado de seu pai, que foi um ícone da capoeira e da cultura afro-brasileira.
O projeto Capoeira nas Escolas, executado pela Secretaria da Educação (SEC), prevê ações de incentivo que incluem oficinas, qualificação de instrutores, distribuição de kits de instrumentos musicais, e a realização anual de festivais escolares de capoeira. O objetivo é integrar a cultura afro-brasileira à proposta pedagógica das escolas, fortalecendo a diversidade cultural e a inclusão social.
A cerimônia também marcou a homologação da resolução de educação antirracista, alinhada às leis federais que asseguram o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. A modernização do colégio contemplou a construção de novas salas de aula, quadra coberta, teatro e laboratórios.
Angela Guimarães, secretária da Sepromi, detalhou as mais de 500 atividades previstas em todos os territórios da Bahia, que incluem eventos com comunidades quilombolas, festivais de empreendedorismo negro e ações de combate à intolerância religiosa. “Este é um marco significativo para reforçar o legado de resistência e luta da população negra na Bahia e no Brasil”, afirmou.