Cobertas com camisas de diversos times brasileiros, 384 cadeiras vazias do setor Sudoeste da Casa de Apostas Arena Fonte Nova chamarão atenção do público durante a partida entre o Esporte Clube Bahia e São Paulo Futebol Clube, nesta terça-feira (5), às 21h30. A ação faz alusão às consequências muitas vezes irreparáveis da violência no futebol: pessoas deixam de ir aos estádios por medo, times precisam jogar de portões fechados como punição e há a ausência permanente das vítimas fatais.
A campanha ainda reflete não somente sobre as violências extremas, que ceifam vidas e arruínam famílias, mas também sobre outras formas graves, como racismo, homofobia, xenofobia, agressões contra a mulher e intolerância religiosa.
A ação marca o lançamento da campanha “Cadeiras Vazias” e do “Movimento de Ocupação pela Paz no Futebol”, iniciativas do Governo Federal por meio do Ministério do Esporte, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg) e os principais clubes do futebol brasileiro, com o objetivo de promover a paz nos estádios e criar um ambiente seguro na adoção de comportamentos positivos e na denúncia de atos de violência.
O número de cadeiras simboliza o total de vítimas fatais de violência no futebol entre 1988 e 2023, com base em levantamento do jornalista esportivo Rodrigo Vessoni. Durante o evento, jogadores dos dois clubes e torcedores serão engajados em atividades de conscientização, promovendo uma mensagem clara de que todos têm um papel fundamental na construção de um ambiente pacífico no futebol. Parentes de algumas das vítimas fatais estarão presentes no estádio em Salvador para participar do ato simbólico pela paz.
“Essa campanha é um marco importante no combate à violência nos estádios. Nosso trabalho é para que o futebol e o esporte no geral seja um espaço de união, não de violência. Queremos que a paz ocupe os estádios e que crianças, jovens, adultos, idosos, famílias, todos possam torcer juntos, com segurança. A mudança de cultura é construída no dia a dia, com diálogo e ações que mostrem o impacto real da violência. Nosso objetivo é que o futebol seja um ambiente seguro para todos e que o amor pelo esporte sempre supere qualquer rivalidade”, reforça André Fufuca, Ministro do Esporte.