Baiano é primeiro brasileiro a vencer prêmio de composição do Concurso de Genebra

Baiano é primeiro brasileiro a vencer prêmio de composição do Concurso de Genebra

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Com informações da Agência Brasil e O Globo

Acervo Pessoal

Publicado em 02/11/2024 às 12:12 / Leia em 2 minutos

Foi com a composição musical “Marionnette”, criada para ser tocada também por uma orquestra com instrumentos não-convencionais, como garrafas, panelas e até um piano de brinquedo, que Caio de Azevedo venceu, entre 82 partituras inscritas, o prêmio de composição do Concurso de Genebra, na Suíça.

É a primeira vez, em 78 edições, que um compositor do Brasil fica em primeiro lugar neste que é um dos mais tradicionais e importantes concursos internacionais de composição de música de câmara.

Baiano de Salvador, o jovem de 31 anos começou ainda criança a tocar violão. Aos 13, já criava composições na cabeça, mas não sabia escrevê-la e aos 15 anos já compunha suas primeiras peças clássicas. Seguindo o conselho do irmão, entrou num curso de extensão para música de concerto na Universidade Federal da Bahia.

Violoncelista de formação, o compositor radicado em Munique, na Alemanha, traduziu em música clássica um teatro de marionetes. Em quase vinte minutos, a escritura musical vencedora foi executada por 42 músicos da Orquestra de Câmara de Genebra.

Inspirado em histórias de ilusão e liberdade, com o repertório sonoro trazido da Bahia, o jovem compositor celebra o prêmio do concurso de Genebra como um reconhecimento à música brasileira, que, segundo ele, é bastante rica. “A música de concerto contemporânea no Brasil é de uma pluralidade e riqueza tremendas. Por exemplo, é gigantesco o legado que o famoso Grupo de Compositores da Bahia deixou para toda uma geração de artistas que dialogavam com tudo que se ouvia no país”, afirmou o baiano ao jornal O Globo.

Caio teve formação de violoncelista no Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, dirigido por Ricardo Castro). “Esse eco dos dialetos, das cores e atitudes na música brasileira em geral me fez ter mais coragem para tentar. A música que tento escrever é uma música de várias estéticas e lugares, em que essas diferenças ora se debatem, ora se abraçam”, explica o artista, compositor da peça para viola e conjunto de câmara singular, com direito a latas na percussão, apitos e muita surdina nos metais.

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